Ações do governo Bolsonaro que agravaram a pandemia de Covid-19 no Brasil foram denunciadas nesta quinta-feira (15) em audiência no Parlamento Europeu. “Este é um momento doloroso para a população brasileira. Estamos em uma tragédia humanitária devastadora”, disse, em seu pronunciamento, a diretora de programas da Conectas Direitos Humanos, Camila Asano, uma das convidadas para falar na reunião.
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Para demonstrar a ação proativa do governo federal em inibir medidas que poderiam proteger a população e combater a pandemia, Asano citou alguns casos: expansão das atividades consideradas essenciais, interrupção do auxílio emergencial por meses e falha na distribuição de oxigênio para hospitais de Manaus. Ela classificou ainda como “vergonhosa” a lentidão na vacinação contra o vírus, lembrando que a recusa em “negociar previamente a aquisição de vacinas” reflete no baixo número de brasileiros imunizados. Menos de 4% das pessoas receberam a segunda dose até o momento.
Por fim, a representante da Conectas apontou que em vez de concentrar esforços em frear o surto de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro se dedica a flexibilizar o controle de armas e munições, enfraquecer mecanismos de proteção ambiental e a atacar instituições democráticas, jornalistas e organizações da sociedade civil.
Promovido pela Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com a República Federativa do Brasil, o evento semi-presencial foi realizado em Bruxelas, na Bélgica.
Também participaram da audiência eurodeputados, a chefe da Divisão para a América do Sul da União Europeia, Veronique Lorenzo, e a representante da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) no Brasil, Socorro Gross Galiano.