Causa forte preocupação o anúncio do fechamento da fronteira terrestre entre Brasil e Venezuela, divulgado nesta quinta-feira, 21, pelo governo Nicolás Maduro e confirmado pelo governador de Roraima, Antonio Denarium.
A manutenção do impasse pode dificultar ainda mais a já grave situação do povo venezuelano duramente afetado pela crise humanitária no país vizinho e ainda causar impactos na vida dos migrantes e refugiados venezuelanos que estão acolhidos no Brasil.
A Conectas defende a saída do impasse através de vias diplomáticas e faz um apelo às autoridades para que o foco das atenções, neste momento de tensão, esteja voltado às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.
“É preciso colocar à frente de qualquer disputa política a preocupação humanitária e garantir os direitos básicos destas pessoas, seja naquele ou neste lado da fronteira”, afirma Camila Asano, coordenadora de Programas da Conectas.
Nesta quinta, a Conectas, dezenas de organizações venezuelanas e entidades internacionais assinaram uma carta conjunta clamando às autoridades que toda a ajuda de mantimentos destinadas à Venezuela seja realizada a partir do compromisso com os princípios humanitários e que haja expertise técnica e séria, a fim de não prejudicar ainda mais a já calamitosa situação destas pessoas.
“Qualquer esforço para fornecer ajuda humanitária à população venezuelana deve ser organizado a fim de maximizar os esforços para alcançar o maior número possível de pessoas, evitando danos e independentemente de considerações políticas”, cita trecho do documento.
Algumas destas organizações já vinham acompanhando com atenção a evolução dos protestos pelas cidades do país e pedindo pela segurança dos manifestantes.