XII Colóquio Internacional de Direitos Humanos tem abertura marcada por debates, exposições e música
Marco histórico de S. Paulo recebe ativistas de direitos humanos de 39 países em dia marcado por festa e reflexão
Marco histórico de S. Paulo recebe ativistas de direitos humanos de 39 países em dia marcado por festa e reflexão
Mais de cem pessoas – 60 delas ativistas e acadêmicos de direitos humanos de 39 países – deram início ontem, na Casa das Caldeiras, em São Paulo, ao XII Colóquio Internacional de Direitos Humanos, evento que, em mais de uma década, passou a fazer parte do calendário cultural e político do Brasil como um dos mais importantes e tradicionais pólos de debate sobre o tema no Sul Global.
Reunidos num gigantesco patrimônio histórico, com quase 2 mil metros quadrados de área construída nos anos 20, ativistas dos quatro continentes debateram ao longo da tarde alguns dos principais pontos da agenda de direitos humanos em seus respectivos países, adiantando parte dos trabalhos que serão desenvolvidos até o dia 20, quando o encontro termina. Durante a semana, os trabalhos serão feitos na
Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com eventos na
Livraria Cultura do Conjunto Nacional (segunda-feira, na Avenida Paulista) e no
Memorial da Resistência (quarta-feira, no Centro).
Para Juana Kweitel, diretora de Programas da Conectas – ONG que promove o encontro há 12 anos ininterruptamente – “o colóquio está consolidado como um marco na agenda de direitos humanos, não apenas do Brasil, mas dos países do Sul Global”. Para ela, o novo papel do Brasil no cenário internacional, combinado com o fato de o País ainda enfrentar problemas persistentes e não resolvidos na área de direitos humanos, como os crimes cometidos pelo Estado no sistema carcerário, tornam esta 12a. edição ainda mais importante.
Além das discussões que aconteceram em quatro grupos separados por idioma – português, inglês, francês e espanhol – os participantes também visitaram a exposição “Expressões da Revolução”, que apresentou uma série de cartazes feitos pelo artista gráfico egípcio Ganzeer – pseudônimo de Mohamad Fahmy – durante a Primavera Árabe.
Outra atividade cultural ligada ao encontro foi a exposição interativa de dois painéis de arte grafite produzidos pelo artista urbano Shock, pseudônimo de Elton Luis Sales de Carvalho. Usando recortes e textos feitos pelos participantes do Colóquio, Shock compôs dois quadros com tinta spray, misturando o resultado dos debates em grupo com expressões de inquietude e questionamento próprios da arte urbana.
O dia terminou com um show de música e dança tradicional afro-brasileira com o grupo Umoja Brasil, que misturou tambores de maracatú, com cirandas e cocos, fazendo os participantes entrarem na roda.