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02/06/2015

Veja como foi o XIV Colóquio

Ativistas trocam estratégias, denunciam abusos e discutem o estado e o futuro dos protestos

Ativistas trocam estratégias, denunciam abusos e discutem o estado e o futuro dos protestos Ativistas trocam estratégias, denunciam abusos e discutem o estado e o futuro dos protestos

XIV Colóquio Internacional de Direitos Humanos chegou ao fim, na sexta-feira (29/5), propondo um desafio aos seus mais de 150 participantes: como, para além das experiências e particularidades locais, organizações e movimentos sociais podem se articular para garantir, em escala global, o direito às ruas?

Se a resposta segue aberta, pistas para construí-la podem ser encontradas nas mais de 20 palestras, debates e oficinas que aconteceram ao longo da semana. Todas as atividades foram desenvolvidas na Praça das Artes, em São Paulo.

Da análise dos mais importantes e recentes movimentos de rua, passando por denúncias de como o Estado tem reagido às contestações, até o questionamento da efetividade dos canais de participação e da necessidade de aprofundar a democracia, o encontro trouxe à tona as principais vozes e narrativas na discussão internacional sobre protestos. Dividida nos eixos “Pauta das ruas”, “Direito às ruas” e “Legado das ruas”, a programação permitiu um passeio inteligível e quase cronológico pelo tema.

Na primeira jornada da semana, na segunda-feira (25/5), os participantes puderam ouvir o relato de ativistas que estão ou estiveram na linha de frente de manifestações nos Estados Unidos, no Egito, na Turquia e no México. Também debateram o acesso à terra e à cidade e as fronteiras das normas internacionais que regulam e garantem o direito ao protesto.


Veja o resumo das atividades do dia 25/5:

O estado dos protestos

 

Da Praça Taksin à Ferguson, o que há de comum por trás das manifestações

Karim Ennarah (INCLO) | Maria Luiza Aguilar (Cenro de Derechos Humanos de la Montaña-Tlachinollan) | Gerardo Torres Perez (Escola Rural Normal Raúl Isidro Burgos de Ayotzinapa) | Nurcan Kaya (Gezi Park) | Phillip Agnew (Black Lives Matter) | Jamil Dakwar (ACLU) | mediação: Bruno Torturra (Fluxo)

Direito à terra urbana e rural

 

Especialistas discutem protestos na cidade e no campo e sua influência no direito à moradia e cidadania

Raquel Rolnik (FAU/USP) | Diego Montón (Via Campesina) | mediação: Haris Azhar (KontraS)

Direito ao protesto

Em debate sobre direito ao protesto, ativistas compartilham casos de violações

Victor Abramovich (Universidade de Buenos Aires) [em vídeo] | Michael Power (Legal Resource Centre) | mediação: Juana Kweitel (Conectas)


Na terça feira (26/5), o debate se centrou na reação do Estado, em geral violenta, à contestação popular. Falou-se sobre o papel da polícia na repressão a protestos e sobre o uso, muitas vezes irregular e desproporcional, de armas menos letais contra a população civil. Na parte da tarde, os participantes puderam expor aos demais o trabalho de suas organizações em uma feira de ideias.


Veja o resumo das atividades do dia 26/5:

É preciso discutir polícia

Segundo dia de Colóquio começa com debate sobre o uso da força em protestos

Eddie Hendrickx (especialista) | Rodrigo Ghiringuelli de Azevedo (PUC-RS) [por skype] | Camila Maia (Cels) | mediação: Rafael Custódio (Conectas)

Elas podem matar

 

Ativistas denunciam uso indiscriminado e excessivo de armas menos letais contra civis

Rohini Haar (Physicians for Human Rights) | Maryam al-Khawaja (Gulf Center for Human Rights) | Hanui Choi (Anistia Internacional) | mediação: Jefferson Nascimento (Conectas)

 

Das ruas para o Colóquio

Ativistas expõem materiais de suas organizações no segundo dia de Colóquio


O terceiro dia foi dedicado à internet e às novas formas de vigilância e criminalização da sociedade civil – sobretudo através da imposição de leis que restringem o trabalho de organizações sociais. Na parte da manhã, os participantes se dedicaram a duas oficinas simultâneas sobre segurança na rede e mobilização online. À noite, o Colóquio promoveu um debate aberto sobre a prisão americana de Guantánamo e o programa de tortura da CIA.


Veja o resumo das atividades do dia 27/5:

Avenidas digitais

Como transformar a realidade a partir do ativismo online

Anna Lívia Arida (Minha Sampa) | Katitza Rodriguez (Eletronic Frontier Foundation) | mediação: Laura Daudén (Conectas)

Organizações silenciadas

 

Ativistas alertam para proliferação de leis restringindo o trabalho de entidades sociais

Sebastián Pereyra (Universidade de San Martin) | Ben Hayes (Transnational Institute) | Juan Gabriel Auz Vaca (Pachamama e Terra Mater) | mediação: Mauricio Albarracín (Colômbia Diversa)

 

Vítimas da vigilância

 

Líder no debate global sobre direito à privacidade, Brasil ainda falha na proteção de dados

Melisanda Trentín (Justiça Global) | Joana Varón (Oficina Antivigilância/ITS) | mediação : Flávio Siqueira (Conectas)

 

 

Guantánamo :: Problema de todos

 

Símbolo de desrespeito aos direitos humanos, prisão americana é tema de debate em São Paulo

Polly Rossdale (Reprieve) | Jamil Dakwar (ACLU) | Gastón Chillier (Cels) | Jéssica Carvalho Morris (Conectas _ mediação : Vivian Calderoni (Conectas)


Na quinta-feira (28/5), os participantes participaram de debates sobre ferramentas para a ação: primeiro, sobre a importância da pesquisa e da comunicação para as organizações; depois, sobre táticas para garantir a segurança física durante protestos e sobre o uso do vídeo no registro de violações de direitos humanos. Na parte da tarde, o grupo participou de uma simulação do Conselho de Direitos Humanos da ONU. As delegações tiveram de reproduzir a votação de uma resolução real sobre protestos


Veja o resumo das atividades do dia 28/5:

Mentes e corações

 

Em debate sobre comunicação em direitos humanos no XIV Colóquio, especialistas discutem estratégias de mobilização

Sueli Carneiro (Geledés) | Haris Azhar (KontraS) | Archana Pandya (Open Global Rights) | Juana Kweitel (Conectas) | Thiago Amparo (Revista Sur) | mediação: José Bertoluci (FGV)

 

Mais vídeos, mais direitos

 

Filmar violações de direitos humanos é ferramenta fundamental para a defesa de ativistas

Priscila Neri (Witness) | Alexandre Morgado (GAPP) | mediação: Josefina Cicconetti (Conectas)

 

 

A ONU no Colóquio

Em simulação do Conselho de Direitos Humanos, participantes votam resolução sobre protestos

Raísa Cetra (Conectas) | Gabriela Kletzel (Cels) | Paulo Lugón Arantes (Conectas/Cels) | mediação : Camila Asano (Conectas)


 

 

O último dia foi dedicado à avaliação do impacto das ruas na democracia e no próprio Estado a partir de experiências reais. Na primeira parte da manhã, os participantes ouviram relatos do Brasil e do Chile sobre a importância dos mecanismos e canais de participação popular nas esferas de tomada de decisão. O último painel do

 

encontro contou com o depoimento de Kumi Naidoo, que falou sobre o movimento contra o Apartheid na África do Sul, e de Vera Jarach, do movimento Madres de Mayo – Línea Fundadora. Jarach emocionou o público ao falar

 

sobre a importância de que os movimentos sigam nas ruas lutando. “A democracia não é perfeita, mas é ‘perfectível’. Com a esperança e a vontade, podemos ser otimistas”, afirmou.

 


Veja o resumo das atividades do dia 29/5:

 

Uso de ferramentas digitais para incentivar participação na política marca debate no XIV Colóquio

Ronaldo Lemos (ITS) | Rogério Sottili (Secrrtaria de Direitos Humanos de São Paulo) | Francisco Figueroa (movimento estudantil chileno) | mediação: Jéssica Carvalho Morris (Conectas)

 

 

 

Com reflexões para o futuro, Vera Jarach e Kumi Naidoo encerram o XIV Colóquio Internacional de Direitos Humanos

Vera Jarach (Madres de La Plaza de Mayo – Línea Fundadora) | Kumi Naidoo (movimento contra o Apartheid) [em vídeo] | mediação: Ana Cernov (Conectas)


Veja a cobertura fotográfica completa do XIV Colóquio:


Veja o vídeo memória sobre o XIV Colóquio:


Reveja os vídeos apresentados durante os painéis:

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