Segundo Icaza, cerca de 30% das denúncias de violações de direitos humanos feitas à CIDH em 2014 vieram do México. No início de outubro, a Comissão expediu medida cautelar cobrando ações concretas para encontrar os desaparecidos e proteger os sobreviventes.
Outra moção de repúdio partiu do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. O porta-voz Ravina Shamdasani lamentou o fracasso na busca pelos estudantes e cobrou que as valas clandestinas encontradas até o momento sejam alvo de investigações efetivas, rápidas e imparciais. Segundo dados do Registro Nacional de Pessoas Extraviadas ou Desaparecidas, mais de 22,3 mil pessoas desapareceram no México entre 2011 e 2014.
Solidariedade
As demandas da CIDH e da ONU coincidem com a lista de cinco exigências apresentadas ao Estado mexicano pelo Centro de Direitos Humanos da Montanha – Tlachinollan:
1. Que todos os desaparecidos sejam apresentados vivos e imediatamente. Para isso, investigações devem ser rápidas e feitas de acordo com os mais altos padrões internacionais, com a colaboração de todas as instâncias competentes.
2. A identificação de mais de 20 corpos encontrados recentemente em valas clandestinas.
3. Identificação e punição de culpados sem que o crime seja atribuído convenientemente ao crime organizado, mas que a participação de policiais seja investigada e punida.
4. Informação sobre as buscas aos familiares dos desaparecidos, como também a devida proteção e respeito.
5. Apoio e solidariedade ao modelo educativo das escolas rurais e aos estudantes que se organizam a partir delas.
A ação já conta com o apoio de mais de 100 entidades de direitos humanos de todo mundo, entre elas a Conectas. Leia aqui o documento na íntegra.
Assista a audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em 30/10, que discutiu o desaparecimento dos estudantes mexicanos: