Em carta endereçada ao governo brasileiro, 10 relatores da ONU consideraram alarmante a execução de Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes. Os especialistas exaltaram a trajetória de luta da vereadora e pediram para que seja realizada uma investigação rápida e imparcial para a identificação dos responsáveis pelo crime.
Para os relatores, a morte de Marielle “tem o objetivo de intimidar todos aqueles que lutam por direitos humanos e pelo Estado de direito no Brasil”. E, diante desse quadro, eles sugerem que o governo reformule políticas de segurança pública, fortalecendo a proteção de defensores de direitos humanos no país.
Na carta, os especialistas também criticaram a violência policial, tema central de denúncias feitas por Marielle ao longo da vida: “Respostas repressivas que miram e marginalizam pessoas pobres e negras são inaceitáveis e contra-produtivas”, pontuaram. Para eles, o assassinato da vereadora é um sintoma dos níveis alarmantes da violência no Brasil.
A trajetória de trabalho da vereadora também foi celebrada pelos relatores. “Marielle foi uma extraordinária defensora de direitos humanos. Ela defendeu os direitos dos negros, das populações LGBTI, das mulheres e dos jovens das favelas mais pobres do Rio. Marielle será lembrada como um símbolo de resistência para comunidades marginalizadas historicamente no Brasil”, exaltaram.