Em janeiro, o governo brasileiro reconheceu de uma só vez 17 mil venezuelanos como refugiados. De acordo com o Conare (Comitê Nacional para Refugiados), existem, no total, cerca de 45 mil refugiados no Brasil, destes, cerca de 38 mil são da Venezuela, o que faz com que o país tenha o maior número de pessoas do país vizinho em situação de refúgio.
Além deles, há sírios, congoleses e angolanos, em sua maioria.
São cidadãos que abandonaram seus países de origem devido a conflitos armados, perseguições políticas ou religiosas, desastres ambientais ou crises econômicas.
Por contarem, muitas vezes, com condições financeiras e de moradia precárias, documentação irregular e dificuldade de acesso ao serviço de saúde, os refugiados fazem parte de uma das populações mais vulneráveis à Covid-19. Não há dados oficiais de refugiados no Brasil infectados, mas o impacto é evidente, já que muitos também dependem do comércio informal para sobreviver, área fortemente afetada pela pandemia.
Ações promovidas por organizações do terceiro setor, como a arrecadação e doação de alimentos coordenada pela África do Coração, ajudam a minimizar os efeitos da crise sanitária. Além disso, o Acnur também promove ações que visam proteger os refugiados, como a construção de hospitais de campanha, distribuição de itens de emergência, auxílio financeiro emergencial e realocação para espaços seguros.
Os apoios são uma forma de manter a dignidade que os refugiados nem sempre encontram em seus lugares de origem. Receber e acolher pessoas em situação de risco é uma forma de lembrá-las da sua humanidade para a construção de um futuro possível.