Com duração de três anos, o Projeto Direito à Saúde da Mulher Negra, que teve início em março de 2007 e foi encerrado em abril de 2010, é um exemplo exitoso de ação que aborda as questões raciais e de gênero em uma perspectiva de direitos humanos.
Realizá-lo, em parceria com o Geledés Instituto da Mulher Negra, foi para a Conectas uma experiência enriquecedora, na medida em que ampliou o leque de atuação da organização que desde 2001 trabalha pela promoção dos direitos humanos no sul global. A expertise do Geledés em educação popular e no trabalho pela igualdade racial e de gênero, aliada à experiência da Conectas na capacitação de ativistas e no desenvolvimento de projetos no âmbito dos direitos humanos, resultou no bem sucedido trabalho.
Suas principais atividades ao longo desses anos foram:
I) a produção, em 2007, do Manual de Referência em Direito à Saúde da Mulher Negra, material didático e informativo contendo cinco cartilhas sobre as temáticas de Direitos Humanos, raça, gênero e saúde;
II) dois Cursos de Capacitação, que ocorreram em 2008, sobre gênero, raça e saúde voltados para mais de 110 Promotoras Legais Populares formadas pelo Geledés – Instituto da Mulher Negra;
III) a criação do Centro de Direitos no bairro de São Mateus em março de 2009.
Além destas, outras atividades como a criação do website do Projeto sua participação na Campanha pela Convenção Interamericana dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e auxílio na produção de material sobre a Futura Convenção Interamericana Contra o Racismo e toda Forma de Discriminação e Intolerância, o diálogo com a Defensoria Pública, dentre outros, foram igualmente relevantes para o Projeto Direito à Saúde da Mulher Negra.
Conectas e Geledés finalizaram este Projeto com o lançamento de uma publicação intituladaConquistando Direitos ? a Experiência do Projeto Piloto Direito à Saúde da Mulher Negra. A finalidade desse documento é explicitar o que foi o Projeto ? porque foi desenvolvido, com base em quais constatações práticas e teóricas, como foi executado ? e apresentar, por meio da avaliação das suas etapas, quais foram os êxitos e logros desse projeto piloto, de modo a encorajar e facilitar a sua replicação.
Com o final do Projeto piloto Direito à Saúde da Mulher Negra a equipe, juntamente com as usuárias do Centro, transferiu as atividades para um espaço comunitário na região de São Mateus. Os membros da equipe do Projeto, as usuárias do Centro e as pessoas e organizações que acompanharam de perto essa iniciativa pretendem manter a dinâmica de capacitação continuada no novo espaço, dedicando-se voluntariamente à educação popular em direitos como instrumento de transformação social. O aprendizado conquistado ao longo do Projeto é, dessa forma, entregue à comunidade para levantar novos desafios da prática social.