Programa de prevenção e combate ao HIV/Aids do Brasil tem se deteriorado, dizem Conectas e Abia na ONU
Dificuldades de acesso ao SUS e indisponibilidade de antiretrovirais estão entre as maiores preocupações
Dificuldades de acesso ao SUS e indisponibilidade de antiretrovirais estão entre as maiores preocupações
As deficiências no Sistema Público de Saúde (SUS) – onde pessoas diagnosticadas com HIV/AIDS aguardam até 6 meses para começarem a receber medicamentos – e a censura imposta a campanhas públicas informativas sobre o uso de preservativos envolvendo casal homoafetivo foram citados ontem, pela Conectas e a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, como dois graves exemplos da “deterioração” das políticas públicas no setor. O alerta foi feito no plenário da 19ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que acontece em Genebra, na Suíça.
“O Brasil é comparativamente um país que tem boas políticas frente ao HIV/Aids, mas não significa que não existam problemas”, disse Camila Asano, coordenadora de Política Externa e Direitos Humanos da Conectas. “Estamos preocupados com a piora que detectamos.”
Desde 2006, houve redução da oferta de antiretrovirais no sistema público. Outro fenômeno foi o fechamento de várias organizações da sociedade civil que, nos anos 90, tornaram o país famoso pela aliança positiva entre Estado e ONGs nas políticas para o setor. A falta de transparência nas relações entre o governo e algumas empresas farmacêuticas privadas também foi motivo de críticas.