Na última sexta-feira (29), mais de 40 organizações manifestaram repúdio à criminalização da ONG Projeto Saúde e Alegria e a prisão de quatro brigadistas em Alter do Chão. O pronunciamento conjunto foi feito durante a 34ª edição da RAADH (Reunião de Altas Autoridades de Direitos Humanos e Ministérios das Relações Exteriores do Mercosul), realizada entre os dias 27 e 29 de novembro, em Brasília. O encontro que ocorre semestralmente é responsável por refletir e ditar a agenda de direitos humanos do bloco.
No documento, as instituições denunciam a falta de transparência das investigações e solicitam apoio de atores internacionais para evidenciar os recentes ataques à atuação da sociedade civil e a constante tentativa de criminalização de defensores de direitos humanos por parte do atual governo brasileiro.
As organizações também enfatizam que, apesar da soltura dos brigadistas no dia 28, a manutenção da investigação viola “as garantias e o direito de defesa dos investigados”.
Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerner, da organização Brigada de Alter do Chão, foram presos no dia 26, após serem acusados de atearem fogo na floresta. Na mesma ocasião, foram apreendidos documentos e equipamentos da ONG Projeto Saúde e Alegria. A ação fez parte da Operação Policial Fogo de Sairé criada para investigar incêndios em Alter do Chão.
A Polícia Federal também instaurou uma investigação para descobrir os responsáveis pelo “Dia do Fogo” na floresta amazônica. Nela, nenhuma organização não-governamental é apontada como suspeito.