Os jornalistas Patrícia Campos Mello (Folha de São Paulo) e Glenn Greenwald (The Intercept Brasil) receberão o Prêmio Especial Vladimir Herzog neste ano. Além deles, Hermínio Sacchetta (in memoriam), ícone das antigas redações e de gerações inteiras de jornalistas brasileiros, será homenageado.
A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, 21 de agosto, pela comissão organizadora do 41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que acontece no dia 24 de outubro deste ano.
Vale lembrar que desde 2009 as instituições promotoras retomaram a proposta original do Prêmio, que previa homenagear a cada edição personalidades ou jornalistas com atuação destacada no período, assim como pelos relevantes serviços prestados às causas da Democracia, Paz e Justiça.
Nessas últimas quatro décadas já foram homenageados Lourenço Diaféria (in memoriam), David de Moraes, Audálio Dantas, Elifas Andreato, Alberto Dines, Lúcio Flavio Pinto, Perseu Abramo (criador do Prêmio, in memoriam), Marco Antônio Tavares Coelho, Raimundo Pereira, Sandra Passarinho, Rubens Paiva (in memoriam), Mino Carta, Mauro Santayana, Daniel Herz (in memoriam), Eduardo Galeano (in memoriam), Elio Gaspari, Cláudio Abramo (in memoriam), Tim Lopes (in memoriam), D. Paulo Evaristo Arns (in memoriam), Rose Nogueira e Bernardo Kucinski
Patrícia Campos Mello atua como repórter especial e colunista da Folha de S. Paulo. Foi recentemente agraciada com o Prêmio Internacional da Liberdade de Imprensa do Comitê de Proteção ao Jornalista após sofrer represálias e ameaças na internet por reportagem que denunciou crimes eleitorais na candidatura de Jair Bolsonaro à presidência. A homenagem especial desta edição do PVH refere-se não apenas à sua já importante trajetória no Jornalismo mas também pela coragem, resistência e persistência que demonstra ter nas adversidades da profissão – o que estimula a sua e as novas gerações a lutar pela liberdade de expressão e pelo direito à informação no Brasil.
Glenn Greenwald, advogado e jornalista, é um dos fundadores do The Intercept Brasil – site responsável pela série de reportagens intitulada Vaza Jato, que evidencia condutas suspeitas do judiciário brasileiro a partir de conversas no aplicativo Telegram. Ganhou o Pulitzer de Jornalismo, em 2014, por artigos no The Guardian sobre o sistema de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos denunciada por Edward Snowden. A homenagem do PVH deste ano é o reconhecimento da sua importante trajetória no Jornalismo e de sua vida de luta, coragem, resistência e persistência – exemplo para tantas gerações. Ao homenageá-lo, a Comissão também enaltece a aguerrida equipe do The Intercept Brasil, cujo trabalho excepcional vem igualmente estimulando, em muitos níveis, a defesa da liberdade de expressão e do direito à informação em nosso país.
Hermínio Sacchetta começou carreira no jornalismo em 1928. Atuou em redações como as do Correio Paulistano, Folha da Manhã, Folha da Noite e Folha de S. Paulo. Militante político, foi editor do jornal A Classe Operária e preso na ditadura do Estado Novo. Por reconhecer que as trilhas que ligam política, sociedade, ética e jornalismo passam, necessariamente, pelo que já defendia o Velho Sacchetta – a Comissão entende que a homenagem do PVH dignifica ainda mais os propósitos e as lutas na esfera das liberdades democráticas.
Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog reconhece, desde a sua primeira criação, concedida em 1979, trabalhos que valorizam a Democracia e os Direitos Humanos.
Em 2019, teve recorde histórico de inscritos: foram 692 produções que já estão em avaliação pelos 33 jurados convidados em seis categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio e Produção jornalística em multimídia.
A divulgação dos finalistas está programada para o dia 27 de setembro e a escolha dos vencedores será em 11 de outubro, em sessão pública de julgamento na Sala Oscar Pedroso Horta da Câmara Municipal de São Paulo.
O 41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos é promovido e organizado por uma comissão constituída pelas seguintes instituições: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Nacional; Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo, coletivo Periferia em Movimento, Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil – UNIC Rio e Instituto Vladimir Herzog.
Calendário
41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
Júri de seleção: 11 de agosto a 22 de setembro
Divulgação dos finalistas: 27 de setembro em premiovladimirherzog.org
Júri de premiação e divulgação dos vencedores: 11 de outubro, sexta-feira, em sessão pública de julgamento na Câmara Municipal de São Paulo / Sala Oscar Pedroso Horta
Transmissão ao vivo pela internet, das 10h às 14h, em: http://www.camara.sp.gov.br/transparencia/auditorios-online/
Roda de Conversa com os Ganhadores: 24 de outubro, quinta-feira, das 14h às 18h
Solenidade de premiação: 24 de outubro, quinta-feira, às 20h
Local: Tucarena (Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes – São Paulo/SP)