Atualizado em 31 de março de 2023
O golpe militar de 31 de março de 1964 inaugurou um dos períodos mais sombrios e violadores de direitos da política brasileira, que durou 21 anos e deixou marcas ainda visíveis na vida pública do país. Políticos de oposição, estudantes, artistas, indígenas, mulheres e até crianças: ninguém escapou da política de morte – tortura, sequestro, abusos sexuais e outras práticas – promovida pelos militares que comandaram o país.
Apesar das barreiras, as forças democráticas conseguiram derrotar o regime ditatorial e restaurar a democracia no Brasil. Contudo, a Constituição Cidadã de 1989 e seus valores de liberdade e igualdade seguem sendo alvos constantes daqueles que não têm apreço nem democracia, nem pelo povo brasileiro.
A Comissão Nacional da Verdade, órgão criado em 2011 pelo governo federal para investigar crimes cometidos durante a ditadura, publicou em seu relatório de conclusão de atividades uma série de recomendações para assegurar que os crimes do período não se repitam.
Uma das principais recomendações do relatório é a proibição da realização de eventos oficiais em comemoração ao golpe, como determinado pelo presidente Jair Bolsonaro na última semana.
A Conectas participou de forma efetiva na elaboração e divulgação do relatório da CNV sugerindo recomendações como a proposta de criação de mecanismos de combate à tortura; a proibição da revista vexatória em locais de privação de liberdade; e a reforma das polícias.
Em parceria com outras entidades, a organização solicitou formalmente, durante audiência na Comissão Interamericana de Direitos , o monitoramento pela OEA (Organização dos Estados Americanos) da implementação de todas essas recomendações, além da criação, pelo governo, de um órgão permanente, responsável por supervisionar os avanços.