O Brasil foi um dos poucos países convidados a enviar observadores às eleições presidenciais de 31 de julho no Zimbábue, vencidas sob suspeita de fraude pelo presidente Robert Mugabe, um dos líderes há mais tempo no poder em todo o mundo.
Hoje, passados 20 dias do envio de um diplomata brasileiro a Harare como observador eleitoral, nenhuma comunicação pública foi feita. O governo brasileiro sequer respondeu correspondência enviada por Conectas e organizações parceiras do Zimbábue no dia 25 de julho, onde eram apresentadas perguntas sobre a composição da missão, seus objetivos e datas.
“A política de transparência e interatividade que Itamaraty tem anunciado com ênfase nos últimos tempos deve ser refletida em suas ações concretas, como é o caso do envio de observador brasileiro ao Zimbábue”, disse Camila Asano, coordenadora de Política Externa da Conectas.
No dia 16 de agosto, Conectas enviou nova carta ao Itamaraty cobrando a publicação de um relatório que “exponha as atividades do conselheiro Antônio Carlos da Silva Leão durante sua estadia no Zimbábue para observar as eleições e suas constatações sobre o processo eleitoral no país, incluindo questões que foram levantadas por observadores que questionam o resultado” do pleito.