Nesta sexta (5/6), o PCN (Ponto de Contato Nacional), órgão internacional responsável por monitorar o cumprimento das Diretrizes da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), concluiu um processo de análise iniciado em 2015 a respeito das violações cometidas pela multinacional Van Oord, contra comunidades tradicionais da região de Suape, litoral sul de Pernambuco.
O PCN se baseou em uma petição assinada pela Colônia de Pescadores Z8, formada por famílias da região de Gaibu, pelo Fórum Suape, rede de associações de pescadores e marisqueiras, pela Conectas e Both Ends.
O documento apontava diversos impactos ambientais e sérias violências cometidas contra os então habitantes da área durante a dragagem do Porto de Suape, realizada em 2011 para abrir e aprofundar um canal, viabilizando a expansão de um estaleiro no local.
O processo durou cinco anos de avaliação e incluiu cinco sessões de mediação entre representantes das comunidades atingidas e da empresa. A entidade concluiu ter havido severos impactos ambientais e de direitos humanos contra as comunidades que ali viviam e apresentou recomendações a serem adotadas pela empresa.
Entre as medidas apontadas, o PCN destacou para a multinacional: a instalação de corais artificiais – numa tentativa de remediar danos avaliados como irreparáveis ao ecossistema local; a equipagem de embarcação dos pescadores para melhorar a segurança e produtividade da pesca tradicional; a implementação de um programa de saúde voltado às pessoas da região.
O Ponto de Contato Nacional ainda aponta para a necessidade de se implantar um programa para monitorar a qualidade da água na região e um projeto voltado à capacitação profissional de pessoas que, em decorrência do empreendimento, foram excluídos do mercado de trabalho.