Organizações recomendam alterações em plataformas digitais para proteger eleições brasileiras
Análise feita pela sociedade civil aponta problemas e caminhos para redes sociais efetivarem valores democráticos
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Organizações da sociedade civil, através da plataforma Democracia Pede Socorro, divulgaram na sexta-feira (16), o primeiro balanço de análise sobre o papel das plataformas digitais na proteção da integridade eleitoral em 2022, que conta também com um documento composto por propostas para cobrar a adoção de medidas mais efetivas e adequação das diretrizes das empresas contra conteúdos danosos que afetam o processo eleitoral brasileiro.
A plataforma reúne 115 organizações, incluindo a Conectas. No balanço produzido, a análise se concentra em dois tópicos: Integridade Eleitoral e Biblioteca de Anúncios. Há a previsão de outro documento com a análise dos temas de violência política e desinformação contra o meio ambiente e Amazônia.
São analisadas oito plataformas digitais: Meta (Facebook e Instagram), Twitter, Youtube, Google, TikTok, Kwai, WhatsApp e Telegram. O documento apresenta as políticas previstas pelas plataformas e destaca pontos negativos em cada uma delas.
Confira algumas recomendações presentes no documento:
Meta (Facebook e Instagram)
- Adote política específica para impedir chamados à sublevação contra a ordem democrática ou à interferência na transmissão pacífica de poder, ainda que não haja apelo explícito à violência.
- Passe a classificar como desinformação publicações que contenham alegações infundadas de fraude eleitoral
YouTube
- Adote política específica para impedir chamados à sublevação contra a ordem democrática, mesmo sem haver apelo explícito à violência
- Amplie sua política para considerar como desinformação sujeita a ações alegações falsas de que o sistema de votação eletrônico do processo eleitoral de 2022 é ilegítimo e está sendo objeto de fraude
- Reconfiguração imediata do sistema de recomendações para garantir neutralidade política nos conteúdos recomendados aos usuários.
Google
- Mantenha, em seu relatório, anúncios que tenham sido banidos
- Inclua não apenas links, mas também o conteúdo dos anúncios, para a análise por pesquisadores independentes.
TikTok
- Adote política específica para impedir chamados à sublevação contra a ordem democrática
Kwai
- Estabeleça uma política de transparência de anúncios políticos
Telegram
- Estabeleça e efetivamente aplique uma política para combater desinformação sobre eleições nos seus canais e grupos públicos
WhatsApp
- Aplique sua política de não permitir o uso do aplicativo para circulação de informações enganosas e falsas, a partir das denúncias de usuários