Organizações lançam o segundo balanço com recomendações a plataformas digitais
O documento detalha problemas nas políticas das plataformas digitais durante as eleições de 2022 e recomenda novas mudanças
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Mais de cem organizações da sociedade civil ligadas ao grupo Democracia Pede Socorro publicaram o segundo balanço de análise sobre o papel das plataformas digitais na proteção da integridade eleitoral em 2022.
O documento destaca que as políticas de integridade eleitoral em vigor na última eleição foram insuficientes e limitadas e não conseguiram evitar a disseminação de conteúdos golpistas e incentivadores de violência.
Conectas, Instituto Marielle Franco, Oxfam Brasil e Observatório do Clima são algumas entidades que fazem parte da plataforma.
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O balanço conta também com destaques gerais, análise e detalhamento dos pontos críticos de cada plataforma e 22 demandas de mudanças para a consolidação de medidas mais efetivas das plataformas digitais contra conteúdos que incitam ataques à democracia no Brasil, violência política e negacionismo climático e socioambiental.
Confira algumas mudanças recomendadas no documento:
- Inserir o fenômeno da violência política – em especial, de gênero e raça – entre as prioridades das políticas de todas as plataformas durante e entre períodos eleitorais. É preciso, assim, validar a violência política como fenômeno social nomeado, saindo de conceitos guarda-chuva como bullying e discurso de ódio.
- Realizar campanhas publicitárias para divulgar regras e como agir em caso de a candidata ser alvo de violência política de gênero e raça, e conscientizar continuamente a comunidade de usuários sobre o assunto.
- Tratar o combate ao negacionismo do clima e da agenda socioambiental como preocupação de interesse público.
- Não permitir impulsionamento de conteúdo anticientífico sobre o clima e mudanças climáticas.
- Tratar alegações infundadas sobre fraude nas urnas e fraude eleitoral como informações enganosas prejudiciais ao processo democrático.
- Adotar política específica ou detalhar políticas existentes para impedir chamados à sublevação contra a ordem democrática ou à interferência na transmissão pacífica de poder, ainda que não haja apelo explícito à violência.