As organizações WOLA (Washington Office on Latin America), Human Rights Watch, Anistia Internacional, CIJ (Comisión Internacional de Juristas) e Conectas emitiram, nesta quinta-feira, 14, uma declaração conjunta repudiando os ataques à liberdade de expressão na Venezuela.
A declaração conjunta veio à tona após o veículo independente Efecto Cocuyo, a rede de rádios comunitárias Fe y Alegría, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa, a VPI TV e o jornal Panorama, entre outros meios de comunicação, terem sido alvo de campanhas e ataques do governo Nicolás Maduro.
Desde o início de 2021, meios de comunicação independentes como Efecto Cucuyo e El Pitazo foram apontados pelas autoridades, incluindo o próprio Maduro, de servir para a “interferência estrangeira” e de receber benefícios internacionais.
Já o canal de notícias digitais VPI TV foi submetido a uma árdua fiscalização e apreensão de seus equipamentos em sua sede em Caracas, o que resultou em seu fechamento “momentâneo” de suas operações. No dia 8 de janeiro, o jornal Panorama divulgou em suas redes sociais que estava fechado há cinco dias pelo SENIAT (Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária), sob o argumento de “Violação de deveres formais das leis tributárias.”
De acordo com a organização venezuelana de direitos humanos Provea, durante os primeiros oito meses do estado de alarme declarado pela pandemia, 66 jornalistas e trabalhadores da mídia foram detidos no país.
“As organizações signatárias condenam estes acontecimentos e exigem veementemente que as autoridades sob o comando de Nicolás Maduro ponham fim às perseguições e ataques contra os meios de comunicação, jornalistas e defensores dos direitos humanos. Solicitamos também que garantam não só seu trabalho informativo e o exercício da liberdade de expressão, mas também sua contribuição para tornar visíveis os abusos e violações dos direitos humanos cometidos na Venezuela”, afirma o documento.
De acordo com as entidades, as recentes violações campanhas de estigmatização, perseguição e operações contra os meios de comunicação na Venezuela constituem um atentado à liberdade de expressão e informação e minam a importante contribuição que estes meios de comunicação dão para dar visibilidade às violações dos direitos humanos cometidas pelas autoridades venezuelanas.