Em 2019, o desmatamento em terras indígenas cresceu 80%. No que se refere a terras ocupadas por povos indígenas isolados, esse número foi mais que o dobro em relação ao ano anterior – foram 21.028 hectares desmatados, o que representa um aumento de 113% em comparação com 2018. Os dados são do relatório do ISA (Instituto Socioambiental), apresentados nesta terça-feira (03), em Genebra, durante o painel “Alerta de atrocidade! Povos indígenas não contactados no Brasil”.
O evento, promovido pela Conectas em parceria com a Comissão Arns e o ISA, visava denunciar a frágil situação dos povos indígenas em isolamento no Brasil e os crescentes riscos de etnocídio e genocídio destas populações.
“Estou muito preocupado que nossa autoridade, o presidente, convidou um missionário para Funai. Missionário leva doença também. Estão querendo acabar com meu povo”, destacou o líder yanomami Davi Kopenawa, que foi à Genebra para participar da 43ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que acontece este mês.
Além de Kopenawa, também participaram do painel a diretora-executiva da Comissão Arns, Laura Greenhalgh e o pesquisador Antonio Oviedo, do ISA.
O Brasil é hoje o país onde se registra o maior número de povos indígenas isolados na América do Sul: segundo dados oficiais, existem 115 povos isolados em território brasileiro.