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03/03/2020

Organizações denunciam em Genebra ameaças a povos indígenas isolados

Em painel promovido pela Conectas, entidades apontaram desmatamentos e invasões a terras indígenas; líder yanomami Davi Kopenawa também participou do evento

The Yanomami indigenous leader Davi Kopenawa at an event in the Lower House of Congress in 2019 (Photo: Cleia Viana/Lower House of Congress)
The Yanomami indigenous leader Davi Kopenawa at an event in the Lower House of Congress in 2019 (Photo: Cleia Viana/Lower House of Congress)

Em 2019, o desmatamento em terras indígenas cresceu 80%. No que se refere a terras ocupadas por povos indígenas isolados, esse número foi mais que o dobro em relação ao ano anterior – foram 21.028 hectares desmatados, o que representa um aumento de 113% em comparação com 2018. Os dados são do relatório do  ISA (Instituto Socioambiental), apresentados nesta terça-feira (03), em Genebra, durante o painel “Alerta de atrocidade! Povos indígenas não contactados no Brasil”.

O evento, promovido pela Conectas em parceria com a Comissão Arns e o ISA, visava denunciar a frágil situação dos povos indígenas em isolamento no Brasil e os crescentes riscos de etnocídio e genocídio destas populações. 

“Estou muito preocupado que nossa autoridade, o presidente, convidou um missionário para Funai. Missionário leva doença também. Estão querendo acabar com meu povo”, destacou o líder yanomami Davi Kopenawa, que foi à Genebra para participar da 43ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que acontece este mês.

Além de Kopenawa, também participaram do painel a diretora-executiva da Comissão Arns, Laura Greenhalgh e o pesquisador Antonio Oviedo, do ISA.

O Brasil é hoje o país onde se registra o maior número de povos indígenas isolados na América do Sul: segundo dados oficiais, existem 115 povos isolados em território brasileiro.

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