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20/12/2018

Opinião: O que Bolsonaro significa para os direitos humanos no Brasil

Sob a liderança do presidente-eleito Bolsonaro, o Brasil deve se preparar para um aumento nas ameaças à segurança pública, ao meio ambiente e ao espaço democrático

Students of the UN International School (UNIS) raise flags of different nations at the 30th Anniversary celebration of the International Day of Peace at UN Headquarters. Students of the UN International School (UNIS) raise flags of different nations at the 30th Anniversary celebration of the International Day of Peace at UN Headquarters.

Artigo publicado por Juana Kweitel, diretora-executiva da Conectas, e  por Marcos Fuchs, advogado e diretor-adjunto da Conectas, no site da Open Global Rights.

O Trump dos Trópicos?  para dupla de Duterte? Jair Messias Bolsonaro, presidente-eleito brasileiro, entrará para o clube de líderes populistas de uma direita em crescente expansão quando assumir o poder em 1º de Janeiro de 2019. Mas onde ele se encontra dentro desse espectro de líderes – e o que, por fim, sua presidência representará para os direitos humanos no Brasil – é menos evidente, ainda que preocupante.

Uma recente pesquisa no Brasil indicou que o apoio à democracia no país nunca foi tão alto. Isso parece contradizer a eleição de Bolsonaro, dada sua defesa à ditadura brasileira, e seu respeito limitado pela Constituição. Nesse contexto, a questão principal que devemos fazer é: ele será um presidente democrático?

A maior parte do plano de governo de Bolsonaro não é detalhado, o que faz com que tenhamos que basear boa parte de nossa análise sobre como ele pretende governar em seus discursos de campanha. Contudo, sua retórica é frequentemente incoerente. Ademais, para complicar mais o cenário, suas indicações para ministérios estratégicos sugerem que existirão interesses concorrentes dentro do governo – de um ministro da economia liberal, a um ministro da defesa nacionalista, um ministro da justiça punitivista, um ministro do meio-ambiente que não acredita no aquecimento global e uma religiosa conservadora como ministra dos direitos humanos. Ainda não está definido qual interesse prevalecerá.

 

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