Após disparo de arma de fogo que atingiu uma mulher que se manifestava em oposição ao presidente Jair Bolsonaro durante ato pró-governo na Avenida Paulista, no último domingo (15), organizações se manifestaram em nota de repúdio à violência em protestos políticos.
No documento, as entidades Instituto Sou da Paz, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Conectas Direitos Humanos, Frente Favela Brasil e Instituto Igarapé pedem que o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil do Estado de São Paulo investiguem imediatamente o caso e dêem transparência à sociedade quanto aos resultados da investigação.
“A política nacional está demonstrando níveis de agressividade e confronto intoleráveis e os setores democráticos da sociedade não podem admitir que a violência política se torne uma característica da nação”, declaram. “O direito à manifestação e protestos precisa ser fortalecido no Brasil, mas para que isto ocorra episódios de violência, em especial de manifestantes armados, não podem ser tolerados e merecem rápida resposta das instituições”.
As organizações também condenaram a realização do evento durante a pandemia do novo coronavírus e o apoio de autoridades do governo, como o presidente Bolsonaro, ao ato que pedia o fechamento de instituições democráticas, como o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal).
“Já é extremamente grave o fato de que os organizadores dos atos tenham mantido as manifestações em meio a uma pandemia mundial, desconsiderando a necessidade sem precedentes de medidas de restrição de contato social que o novo Coronavírus impõe”, destaca o documento. “Merece repúdio também que autoridades da República, incluindo o presidente e parlamentares, que deveriam estar liderando o país neste momento de grande consternação, tenham explicitamente apoiado os atos, quando muitos dos manifestantes atacavam a própria existência dos Poderes Constituídos”.