O ano de 2014 foi atípico no Brasil. Desde a Copa do Mundo até as eleições presidenciais, diversos acontecimentos
Temas como a violência policial, a terrível situação nas prisões brasileiras e a prevalência dos interesses econômicos sobre direitos políticos, sociais e culturais afetaram profundamente o trabalho de organizações de garantia de direitos.
É neste ambiente complexo e volátil que a Conectas, baseada em seus 14 anos de experiência, tem lutado suas batalhas mais antigas, adaptando as estratégias aos novos atores e dinâmicas sociais.
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Através de uma campanha nacional pelo fim da revista vexatória, por exemplo, a organização chamou a atenção da sociedade para essa prática humilhante aplicada contra familiares de presos em dias de visita.
“A revista vexatória ainda é uma cruel realidade na maior parte dos presídios do Brasil. Porém, desde o início da campanha, temos conseguido conquistas em localidades importantes, como no estado de São Paulo, que possui a maior população carcerária do País”, ressalta Rafael Custódio, coordenador do programa Justiça.
Em 2014, o programa de Política Externa e Direitos Humanos da Conectas utilizou as mais diversas estratégias para pressionar o governo brasileiro a publicar o Livro Branco, documento que vai definir as diretrizes da ação internacional do Brasil. A da transparência e da participação social nos processos de tomada de decisão nesse âmbito é um dos pontos focais da área desde sua criação.
“A publicação do Livro Branco é fundamental para garantir o controle democrático da política externa. A sociedade precisa começar a fazer parte das decisões sobre como o Brasil irá atuar no tabuleiro internacional”, explica Camila Asano, coordenadora do programa.
Com o mesmo empenho, a Conectas vem reafirmando seu compromisso original de promover as vozes do sul no debate global sobre direitos humanos articulando uma rede de organizações em países da África, Ásia e América Latina. No ano passado, a vigésima edição da Revista Sur foi lançada em diversas partes do mundo, promovendo debates e reflexões com respeitados ativistas, especialistas e acadêmicos.
“A SUR nasceu com o objetivo de unir as pontas de uma discussão até pouco tempo fragmentada, com uma forte tendência ao isolamento”, afirma Ana Luiza Cernov, coordenadora do programa Sul-Sul da Conectas. “Dez anos depois, a revista prova sua capacidade de ampliar o debate crítico sobre a teoria e a prática dos direitos humanos e fortalecer aqueles que lutam por estes direitos, particularmente, no Sul Global”.
Assim, apesar de um contexto doméstico adverso e um cenário internacional desafiador, em 2014 a organização avançou muito em abrangência e eficácia, tendo consolidado sua influência em diversos campos de ação.
Acesse o Relatório Anual 2014 para conhecer melhor as ações da Conectas e alguns dos desafios enfrentados diariamente pela organização.