Há exatamente um ano, o diplomata Mauro Vieira assumia o cargo até então ocupado por Luiz Alberto Figueiredo – o de ministro das relações exteriores. Tinha diante de si a tarefa de resgatar o prestígio da pasta, afetada por duros cortes orçamentários nos últimos anos, mas principalmente, de tirar da gaveta promessas feitas por seus antecessores.
É o caso do Livro Branco da Política Externa, documento público que deve registrar os princípios e as prioridades da ação internacional do Brasil, garantindo transparência e coerência às posições do País. De acordo com o ex-chanceler Figueiredo, o Livro estaria pronto em dezembro de 2014. O prazo expirou há mais de um ano e não há qualquer indício de que seja publicado em breve, apesar do pedido de informações feito pela Conectas para conhecer o paradeiro da proposta.
Em palestra realizada em outubro durante o TEDx Goiânia, Camila Asano, coordenadora de Política Externa da organização, falou sobre como a falta de instrumentos como o Livro Branco dificultam a participação da sociedade na construção da política externa. Como exemplo, citou a recente abstenção do Brasil em votação na Assembleia Geral da ONU sobre as violações de direitos humanos no Irã.
“Não faz sentido não termos informações sobre o que o Brasil tem feito lá fora em termos de direitos humanos”, afirmou Asano. “No fundo, quando o Brasil defende uma posição ou outra diante de um abuso ou, pior, quando decide ficar em cima do muro, ele está fazendo isso em nosso nome”, completou.
Veja a íntegra da palestra de Camila Asano no TEDx Goiânia: