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03/10/2017

Novos métodos

Laboratório de Direitos Humanos estimula soluções inovadoras em direitos humanos

xv Coloquio DH. Conectas. Laboratorio de direitos humanos xv Coloquio DH. Conectas. Laboratorio de direitos humanos

por Sarah Furtado e Pâmela Ellen*

Traduzir a linguagem técnica para a audiência não-especializada é um dos grandes desafios dos movimentos de direitos humanos para alcançar legitimidade. Essa questão, apontada pelas organizações como uma das mais desafiadoras, foi um dos focos do laboratório aplicado nesta terça-feira, 3, pela ONG colombiana Dejusticia, co-organizadora do 15º Colóquio Internacional de Direitos Humanos.

De acordo com Krizna Gomez, facilitadora do Laboratório de Direitos Humanos e coordenadora de pesquisa da Dejusticia, a proposta é trabalhar na análise e resolução de problemas por meio do método “Human Centered Design”, que coloca a comunidade no centro da perspectiva.

“Começa com a suposição de que nós não sabemos qual é o problema. Sabemos que ele existe e que podemos resolvê-lo. Mas exige humildade e otimismo para descobrí-lo”, explica Gomez. “A ideia é identificar a raiz dos desafios e mapear os problemas decorrentes deles”.

Além da questão da legitimidade, o laboratório trabalhou também inovação e foco. Num primeiro momento, os grupos formularam mapas de ideias centralizando a análise dos problemas nas pessoas e entidades envolvidas. A partir daí, trabalharam na desconstrução das ideias até atingir o problema central de acordo com as necessidades de cada organização. Após isso, delimitando o problema fundamental, trabalharam na sugestão de soluções.

Ao final das oficinas, cada grupo apresentou as estratégias escolhidas para a resolução do problema por meio do engajamento de mecanismos locais, construção de diálogo entre comunidade e empoderamento das vítimas como articuladores da própria luta.

“Promover direitos humanos não exigia justificativas, mas com a mudança causada pelos retrocessos governamentais ao redor do mundo, há a necessidade de legitimar nosso trabalho”, diz César Rodriguez-Garavito, diretor-executivo do Dejusticia. “Nossa intenção, era gerar colaboração e inovação entre os ativistas, evitando a competitividade, promovendo ajuda mútua e sempre acompanhando as transformações que acontecem”, conclui César.

 

Sobre o Colóquio

Entre os dias 2 e 6 de outubro, 80 ativistas de direitos humanos de 31 países estarão reunidos em São Paulo para o 15o Colóquio Internacional de Direitos Humanos. Com uma programação intensa, o objetivo do evento é debater o tema “Direitos Humanos: crise ou transição?”, compartilhar experiências e propor soluções para enfrentar quadros de retrocessos em escala local, regional e global.

Neste ano, a Conectas organiza o encontro junto com Forum Asia (Tailândia), o Centro de Direitos Humanos da Universidade de Pretória (África do Sul) e o Dejusticia (Colômbia).

*Sarah Furtado e Pâmela Ellen são jornalistas voluntárias do grupo de cobertura do 15o Colóquio Internacional de Direitos Humanos

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