Uma comitiva com representantes de 18 organizações da sociedade civil brasileira estará em Washington, nos EUA, entre 24 e 29 de julho, para participar de mais de 20 reuniões com membros do Departamento de Estado americano, deputados, senadores e representantes de organizações da sociedade civil e sindicais locais. A intenção é alertar para as ameaças ao processo eleitoral brasileiro e pedir um posicionamento firme e célere de reconhecimento do resultado do pleito a ser anunciado pelas autoridades eleitorais brasileiras.
“O mundo inteiro acompanha com atenção as eleições presidenciais de 2022 do Brasil. Nos EUA, há uma sensibilidade ainda maior, por causa das tentativas de subversão do processo eleitoral norte-americano em 2020 e da invasão ao Capitólio em 2021. As organizações brasileiras têm, portanto, muito a dizer e a ouvir durante essa série de encontros”, disse Paulo Abrão, diretor-executivo do WBO (Washington Brazil Office), instituição que organiza a visita da comitiva.
Na terça-feira (26), o grupo será recebido no Departamento de Estado norte-americano, que é o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores dos EUA, e na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Na sexta-feira (29), haverá uma reunião bilateral com o deputado democrata Jamie Raskin, que está na linha de frente da Comissão Parlamentar que investiga a invasão do Capitólio americano, em 6 de janeiro de 2021.
Ainda no Congresso, ao longo dos cinco dias, haverá encontros bilaterais com diferentes deputados democratas. No Senado, o grupo será recebido também pelo democrata Bernie Sanders (Vermont), entre outros.
Embaixadores de distintos países também receberão a comitiva brasileira, que terá encontros ainda com organizações da sociedade civil local, e Think Thanks como o Atlantic Council, o Wola (Washington Office on Latin America), o Wilson Center, além da agência de cooperação norte-americana Usaid, entre outras.
“Representantes dos movimentos negro, LGBTIQA+, indígena e ambiental, entre outros, estarão na linha de frente desses diálogos, falando por si mesmos sobre a situação que o Brasil enfrenta”, disse James Green, presidente do Conselho de Diretores do WBO. “É importante que esses representantes da sociedade civil brasileira sejam ouvidos em primeira mão, pessoalmente, sem intermediários, porque são eles, afinal, os protagonistas de muitas das violações de direitos humanos vividas no Brasil recentemente, e são eles que trazem essa preocupação com a importância do respeito ao resultado da eleição de 2022”.
Para Camila Asano, diretora de programas da Conectas, “a diversidade da comitiva revela como uma ampla parcela da sociedade brasileira está dedicada à defesa da democracia e dos direitos fundamentais no país. Será também momento importante para mostrar a atores internacionais que a sociedade civil reafirma a confiança nas instituições eleitorais do Brasil”.
As organizações que compõem a comitiva são: ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Artigo 19, Comissão Arns, Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), Conectas, Geledés, Greenpeace Brasil, Instituto Clima e Sociedade, Instituto Marielle Franco, Instituto de Referência Negra Peregum, Instituto Vladimir Herzog, Pacto pela Democracia, Transparência Internacional, Uneafro, 342 Artes e NAVE.