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26/03/2014

No auge da crise, Conectas leva caso de haitianos à ONU

Galpão projetado para 300 pessoas no Acre atende a mais de 2,3 mil

Fotos: Angela Peres/Secom Fotos: Angela Peres/Secom

Conectas realizou na terça, 25/3, 11 horas, em parceria com MENAMIRD (Mesa Nacional para las Migraciones y Refugio en República Dominicana), um pronunciamento oral no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça, sobre a situação dos imigrantes haitianos.

A denúncia acontece no mês em que o abrigo construído pelo governo na pequena cidade de Brasileia, no Acre, atingiu seu pico máximo de ocupação, coincidindo com um período de chuvas e inundações que deixaram o local ilhado. A cidade se converteu em principal ponto de chegada para os haitianos que vêm ao Brasil sem visto. O galpão, construído para abrigar 300 pessoas, atende hoje a 2,3 mil. Segundo o governo local, aproximadamente 400 imigrantes usam as instalações e comem no abrigo, mas conseguem alugar quartos na cidade.

Segundo relatos de parceiros locais, entre 80 e 90 haitianos têm chegado a Brasileia todos os dias, enquanto apenas 20 conseguem deixar a cidade.

“A Conectas escuta há 8 meses do governo federal que medidas estão sendo elaboradas para ampliar o abrigo e melhorar as condições ali. É preciso menos promessas e mais vontade política”, disse Camila Asano, coordenadora de Política Externa da Conectas.

Inércia

Conectas denuncia há mais de 8 meses a falta de esforços, em todas as esferas, para resolver a crise em Brasileia. Em setembro de 2013, pouco depois de constatarem as condições insalubres do abrigo, representantes da entidade se reuniram com autoridades dos ministérios da Justiça, Trabalho e das Relações Exteriores em Brasília para exigir soluções urgentes para a crise. À época, o governo se comprometeu a realizar uma força tarefa para melhorar as condições de acolhida do galpão, mas nada foi feito até agora.

Pouco depois, em outubro, a organização levou o caso para a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA). Em novembro, enviou carta à presidente Dilma Rousseff às vésperas de sua viagem ao Peru, pedindo comprometimento intergovernamental para acabar com as violações cometidas contra os imigrantes no caminho até o Brasil. Em janeiro de 2014, pouco antes de reunião interministerial sobre o caso, Conectas enviou documento ao Ministério da Justiça e à Casa Civil com 7 recomendações para solucionar a crise.

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