Shin Dong-hyuk nasceu na Coreia do Norte, em um campo de prisão política e trabalho forçado, o Campo #14. Foi submetido a tortura aos 14 anos – pendurado pela pele da barriga por um gancho de ferro e colocado para queimar sobre uma fogueira. As cicatrizes o acompanharão por toda a vida. Shin também assistiu à execução pública de sua mãe e de seu irmão, após uma tentativa de fuga. Ele mesmo nunca cometeu um crime. Seus pais foram presos políticos, casaram-se dentro do campo, e tiveram filhos prisioneiros.
Neste vídeo, ele faz um apelo por ajuda ao Brasil e a você, como brasileiro:
Agora, ele pede que a presidente Dilma Rousseff vote na ONU a favor da criação de uma Comissão de Inquérito para investigar estes e outros crimes cometidos contra os direitos humanos pelo regime norte-coreano. Se você também apoia a causa de Shin, envie a seguinte mensagem ao Itamaraty:
“Eu, cidadão(a) brasileiro(a), quero que meu governo vote a favor da criação de uma Comissão de Inquérito para a Coreia do Norte, durante a 22a. Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. A Constituição Brasileira determina que a política externa seja pautada pelo respeito aos direitos humanos. Essa é a hora de fazer valer nossos princípios e evitar que milhares de histórias como a de Shin se repitam”.
O email da Embaixadora Maria de Nazaré Farani Azevedo, representante do Brasil no Conselho de Direitos Humanos, é mission.brazil@delbrasgen.org
Espalhe esta mensagem entre seus contatos e defenda os direitos humanos num dos locais do mundo onde eles mais se encontram ameaçados hoje.
Em 2006, Shin Dong-hyuk conseguiu escapar e chegou à Coreia do Sul, onde trabalha em defesa dos direitos humanos. Além de divulgar a realidade do Campo #14, ele luta pela criação de uma Comissão de Inquérito da ONU para apurar abusos sistemáticos e violações de direitos humanos cometidas em seu país.
Durante a 22ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o ativista conversou com Conectas e fez um pedido direto ao governo brasileiro, para que apoie a criação da Comissão de Inquérito por meio de um voto favorável na 22ª Sessão do Conselho.
A Comissão poderá investigar décadas de abuso e impunidade, coletando testemunhos de vítimas, de suas famílias e dos sobreviventes ao regime norte-coreano. Por meio da análise de informações recebidas, será possível traçar o cenário de violações cometidas no país, onde cerca de 200 mil pessoas vivem em campos de trabalho forçado.
Segundo Shin, o Brasil pode oferecer uma ajuda significativa por meio de seu voto. “Se a Comissão de Inquérito for estabelecida, os campos de trabalho forçado e outras violações de direitos humanos que a Coreia do Norte tenta esconder serão revelados à comunidade internacional. O estabelecimento da Comissão irá lançar as bases para os presos políticos serem libertados”, afirma.
Para que a Comissão seja criada, a maioria dos 47 Estados membros do Conselho, incluindo o Brasil, deverá votar a favor do seu estabelecimento. Em 2009, o Brasil se absteve diante de resoluções sobre direitos humanos na Coreia do Norte. Essa será mais uma chance de manifestar seu apoio às vítimas, com o voto favorável à criação da Comissão, que ocorrerá entre 21 e 22 de março deste ano.
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