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18/09/2018

Na ONU, entidades cobram respostas para caso Marielle

Em discurso durante a 39ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, Conectas e Observatório da Intervenção criticaram a militarização da segurança no Rio de Janeiro

13/12/2017- Rio de Janeiro – Army carries out operation in the Nova Holanda favela, in the Maré Complex, in the northern region of Rio de Janeiro Photo: Tomaz Silva/Agência Brasil 13/12/2017- Rio de Janeiro – Army carries out operation in the Nova Holanda favela, in the Maré Complex, in the northern region of Rio de Janeiro Photo: Tomaz Silva/Agência Brasil

Mais de seis meses após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, o crime permanece sem solução. A falta de respostas do Estado brasileiro para a execução de Marielle e Anderson e o aumento da violência após o início da intervenção federal de cunho militar na segurança pública do Rio de Janeiro foram questionados hoje, durante a 39ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

Em pronunciamento conjunto da Conectas e Observatório da Intervenção, o coordenador de Dados do Observatório, Pablo Nunes, criticou a demora nas investigações do caso Marielle: “As autoridades falharam em identificar quem matou Marielle Franco e por quê”. A vereadora e seu motorista foram executados no dia 14 de março de 2018, cerca de um mês após a publicação do decreto que instalou a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.

O texto ainda apresenta dados que mostram que, desde a publicação do decreto, em março deste ano, “916 pessoas foram mortas por forças de segurança do Rio de Janeiro, o que representa um aumento de 49% quando comparado ao mesmo período do ano anterior”. As organizações ressaltam que, nos últimos dez anos, o Brasil autorizou o uso de forças militares 44 vezes, por meio de decretos de Garantia da Lei e da Ordem.

O uso contínuo da força, segundo as entidades, tem como resultado o aumento nas violações de direitos humanos. Diante desse cenário, Conectas e Observatório da Intervenção pediram para que o Brasil “interrompa o uso de forças militares em operações de segurança pública e passe a implantar políticas públicas mais eficientes, baseadas em inteligência, prevenção e revisão do modelo de ‘guerra às drogas’”.

Evento discutirá militarização e caso Marielle

Na próxima sexta-feira, 20, um evento paralelo à sessão do Conselho discutirá a “Militarização da segurança pública: intervenção federal no Rio de Janeiro, execuções extrajudiciais e riscos para defensores de direitos humanos”. O debate será promovido pela Anistia Internacional, Conectas, Justiça Global, Redes da Maré, Observatório da Intervenção, e terá a participação de Monica Benício, companheira de Marielle Franco. Haverá transmissão online pela página da Red Internacional de Derechos Humanos no Facebook.

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