Mais de quatro mil mulheres de seis biomas brasileiros estão em Brasília (DF) na II Marcha Nacional das Mulheres Indígenas. Com o tema “Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da Terra”, a mobilização segue até dia 11 de setembro.
Acampadas no gramado da Funarte (Fundação Nacional de Artes), no Eixo Monumental, elas acompanham o julgamento do marco temporal no STF, que irá definir o futuro das terras indígenas no Brasil. As participantes também protestam contra a violência de gênero. Confira a programação completa da marcha neste link.
Na chegada para o encontro organizado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade, as lideranças indígenas femininas da Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Caatinga e dos Pampas foram credenciadas e testadas para a covid-19.
“Nós, mulheres indígenas, lutamos pela demarcação das terras indígenas, contra a liberação da mineração e do arrendamento dos nossos territórios, contra a tentativa de flexibilizar o licenciamento ambiental, contra o financiamento do armamento no campo. Enfrentamos o desmonte das políticas indigenista e ambiental”, diz trecho do manifesto divulgado pela organização da marcha, que criou uma campanha de arrecadação de fundos para manter as participantes em Brasília (DF).
Diante de ataques contra o evento indígena, a Apib (Articulação de Povos Indígenas do Brasil) afirmou que o propósito da mobilização em Brasília é protestar de forma pacífica por direitos e acompanhar o julgamento no STF, em apoio aos ministros e ministras do Supremo contra a tese do marco temporal. Todos os ataques que se enquadram em crimes de racismo, injúria, calúnia e difamação serão devidamente denunciados para que sejam tomadas medidas cabíveis, bem como as condutas de intimidação e ofensas.