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11/11/2013

Moçambique teme volta da guerra civil

Ativistas lançam apelo por paz e criticam a intenção do Governo Brasileiro de doar aviões militares neste momento

Ativistas lançam apelo por paz e criticam a intenção do Governo Brasileiro de doar aviões militares neste momento Ativistas lançam apelo por paz e criticam a intenção do Governo Brasileiro de doar aviões militares neste momento

O acirramento das tensões entre o governo moçambicano, nas mãos da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), e a oposicionista Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) reavivaram o temor de que o país africano mergulhe novamente numa guerra civil, de acordo com defensores de direitos humanos e organizações parceiras da Conectas na capital, Maputo.

O aumento da tensão coincide com o pedido feito pela presidente brasileira Dilma Rousseff para que o Congresso autorize a doação de três aviões Tucano T-27 para a Força Aérea de Moçambique. Em carta ao governo, Conectas e a ONG parceira Liga Moçambicana dos Direitos Humanos manifestaram sua preocupação com a medida e pediram que seja feita uma “análise de risco (para determinar) o potencial  que essa transferência de equipamentos bélicos tem de contribuir para minar a paz”.

“Para dizer o mínimo, este não é o melhor momento”, disse Juana Kweitel, diretora de Programas da Conectas. “O que se espera do Brasil é que exerça uma influência positiva num país lusófono, que possui não apenas laços históricos e culturais do passado, mas onde também o atual governo brasileiro e algumas grandes empresas estão presentes maciçamente hoje”.

Em 21 de outubro, forças do governo atacaram a sede da Renamo em Santhunjira, na Província de Sofala, o que levou o porta-voz do grupo a decretar o fim do Acordo de Paz celebrado entre a Frelimo e a Renamo em 1992, depois de 16 anos de guerra civil. As informações são do Movimento da Sociedade Civil Moçambicana Indignada Pela Tensão Político Militar e com os Raptos. De acordo com o grupo, 16 pessoas foram raptadas em Moçambique desde o acirramento da tensão. Moradores de áreas rurais também estariam migrando para as cidades, temendo combates. A organizações chamam a atenção para o fato que a situação de tensão político- militar mobiliza recursos e serviços de informação do Estado que poderiam muito bem contribuir para a busca de esclarecimentos e soluções do cenário dos raptos.

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