Há poder na luta pacífica pelos direitos humanos, mas é necessário que as pautas se somem e que os grupos antes fragmentados caminhem lado a lado. Transmitida por dois ícones da luta pela democracia, Vera Jarach, do movimento Madres de La Plaza de Mayo – Línea Fundadora, e Kumi Naidoo, uma das lideranças do movimento contra o Apartheid e diretor Executivo do Greenpeace, a mensagem marcou com esperança e inspiração o encerramento do XIV Colóquio Internacional de Direitos Humanos. Jarach, presencialmente, e Naidoo, em vídeo, participaram do painel “Quando as demandas são ouvidas – Experiências históricas e reflexões para o futuro”, que encerrou o encontro.
Além de destacar que igualdade de gênero, cor e classe são demandas de uma mesma luta, Naidoo enfatizou a necessidade de resgatar o engajamento político da população. “As mudanças só se tornam possíveis quando as pessoas comuns acreditam nelas”, afirmou.
O ativista sul-africano ainda falou sobre os desafios atuais para o ativismo em um contexto de vigilância constante através das redes sociais e de controle de informações por governos autoritários.
Jarach, por sua vez, defendeu a memória como um ato de resistência. A militante contou que acontecimentos como holocausto e as inúmeras ditaduras e genocídios, além do sequestro da sua própria filha pela ditadura civil-militar argentina, são exemplos da repetição cíclica dos erros históricos.
“Os problemas sempre se repetem, então as lutas precisam ser renovadas sempre. Resta um apelo: não abandonar as praças, criar multidões”, afirmou Vera.
Na reunião de das vozes de dois militantes históricos, que refletiram sobre o futuro das ruas, o XIV Colóquio terminou com uma mensagem de justiça, democracia e, sobretudo, esperança. “A rua é o melhor lugar do mundo para reivindicar nossas lutas”, concluiu Jarach.
Assista ao depoimento de Kumi Naidoo para o XIV Colóquio ::