No dia 6/2, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo passará pela primeira sabatina no Senado desde que assumiu a pasta, em agosto. A reunião do ministro na Comissão de Relações Exteriores, que costuma acontecer ao menos uma vez ao ano e sempre no início de mandatos, já foi adiada duas vezes. Na última ocasião, o motivo foi a iminência de um feriado.
Assim como fez com o ex-chanceler Antonio Patriota, antes da audiência Conectas levará ao ministro e aos parlamentares todas as perguntas sobre política externa e direitos humanos feitas pelos seguidores da organização no Facebook e no Twitter.
“O encontro do ministro com os parlamentares é uma rara oportunidade de promover uma discussão pública sobre os rumos da política externa brasileira. Só com a apropriação desses canais é possível concretizar as promessas do Itamaraty de mais transparência e participação”, disse Lucia Nader, diretora Executiva da Conectas.
A ocasião é das mais pertinentes: nas últimas semanas o Brasil falhou em se posicionar assertivamente com relação ao conflito na Síria, cancelou uma reunião da ONU sobre regras mínimas para o tratamento de presos e mostrou o pouco controle que tem sobre o comércio de armas brasileiras.
Para participar da campanha “Ministro, eu #QueroSaber” e enviar questões ao chanceler, acesse o perfil da Conectas no Facebook ou utilize a hashtag #QueroSaber no Twitter. As perguntas serão recebidas até o dia 4/2. O site da TV Senado transmitirá a audiência.
Ampliar o diálogo
Em sua primeira edição, realizada em abril de 2013, a campanha “Ministro, eu #QueroSaber” reuniu mais de 30 perguntas para o então chanceler Antonio Patriota e expôs a falta de canais de diálogo entre o Itamaraty e a sociedade civil. A iniciativa foi mencionada duas vezes ao longo da audiência, que terminou com a promessa do ministro de ampliar a transparência e a participação.
Todos os anos, tradicionalmente, o ministro das Relações Exteriores comparece à Comissão para falar das linhas gerais de atuação do Itamaraty e responder perguntas dos senadores, num exercício que aumenta a chance de participação dos cidadãos e relembra o poder Legislativo que ele também tem mandato e legitimidade para influenciar a política externa.