Organizações da América Latina reunidas na semana passada em Bogotá, Colômbia, para a 167a Audiência da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) promoveram na sexta-feira, 2, um evento para discutir a crescente militarização da segurança pública em diversos países da região e seus impactos sobre a violência e os direitos humanos.
Por meio de casos trazidos do México, Brasil, Colômbia, Honduras, Guatemala e El Salvador, o evento “Políticas de militarização em tempo de democracia” explorou exemplos que mostram como os níveis de violência e violações de direitos aumentaram a partir do uso das forças militares.
De acordo com Camila Asano, coordenadora de programas da Conectas, a tendência de fazer uso do Exército para substituir a polícia, medida que, no Brasil, se agravou com a recente intervenção federal no Rio, mostra práticas de caráter autoritário e imediatista na segurança pública, que estão longe de representar uma solução concreta e duradoura ao problema.
“Conforme os exemplos trazidos pelos nossos colegas durante o painel, o uso das Forças Armadas não apenas não resolve o problema da violência, como pode também agravá-lo”, disse Asano. Além de não ser uma força preparada para lidar com civis, a atuação do exército pode vir acompanhada de violações de direitos, sobretudo contra as pessoas das periferias”, afirmou.
Participaram do painel representantes do CEJIL, DPLF, OSJI, Plataforma Internacional contra la Impunidad, Conectas, Fundación Boll, CESED.