A Conectas e a Missão Paz cobraram nesta sexta-feira, 4, uma política de assistência às vítimas e às famílias afetadas pela tragédia do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo (SP), que contemple a população migrante. De acordo com levantamento da Prefeitura de São Paulo, até 30% das cerca de 400 pessoas abrigadas no edifício eram migrantes.
O incêndio de grandes proporções seguido de desabamento aconteceu na madrugada do dia 1o de maio. Pelo menos uma pessoa morreu e mais de 40 estão desaparecidas. De acordo com as entidades, a tragédia “expõe a face mais perversa das falhas do Estado no provimento do direito social à moradia.”
Em ofício encaminhado enviado ao governador de São Paulo, Márcio França, e ao prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, as entidades pedem medidas como a gratuidade na retirada de segunda via de documentos, presença de intérpretes, acesso a programas de moradia popular e um protocolo para a busca e identificação de eventuais vítimas.
O documento lembra que, dadas as características da tragédia, o desafio de identificação de vítimas migrantes é maior pelo escasso acesso a material genético comparativo ou falta de informações sobre arcadas dentárias.
“Entre as famílias em situação de vulnerabilidade social que habitavam o local, os migrantes e refugiados têm necessidades específicas que devem ser amparadas pelo Estado, a fim de garantir proteção àqueles que fugiram de crises humanitárias e que, ao buscar sobrevivência em outros países, como o Brasil, acabam vivendo em habitações precárias e irregulares”, explica Camila Asano, coordenadora de programas da Conectas.