Margarida Genevois, integrante do grupo de Associadas e Associados da Conectas, completa 100 anos nesta sexta-feira (10). Formada em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Genevois é referência para o movimento de direitos humanos no Brasil.
“Margarida Genevois merece todas as nossas homenagens. É um privilégio tê-la em nossa Assembleia Geral. Sua sólida atuação na defesa dos direitos humanos ao longo das últimas décadas, especialmente durante a ditadura militar, é inspiração para nós que lutamos e sonhamos com uma sociedade em que os direitos de todas as pessoas sejam respeitados”, afirma Camila Asano, diretora-executiva da Conectas.
Margarida foi a primeira mulher a integrar a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, criada por Dom Paulo Evaristo Arns. Ela também foi presidente da Comissão (1983 – 1984; e 1990 e 1992), que realizava denúncia das violações dos direitos humanos durante a ditadura militar.
Além disso, a socióloga foi membro da Comissão de Direitos Humanos da USP, em 1998, conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, em 1995, e instituidora do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
Durante sua trajetória, Margarida fundou e presidiu a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos e foi uma das fundadoras da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos. Em 2008, recebeu o título de Cidadã Paulistana pela representatividade dos trabalhos em Direitos Humanos.
Em 2019, Margarida foi homenageada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) com o prêmio Franz de Castro Holzwarth, criado para reconhecer o trabalho de personalidades que atuam pela efetividade dos direitos humanos no país.
“As coisas não vão mudar se os interessados não se revoltarem”, afirmou Margarida Genevois em entrevista para a Conectas.