Representantes de movimentos de mães de vítimas da violência do Estado e organizações de direitos humanos como Anistia Internacional, Conectas Direitos Humanos, Instituto Vladimir Herzog (IVH), Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns, Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Washington Brazil Office (WBO) participaram, na sexta-feira (12) de uma audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), na qual denunciaram o Brasil por violações durante operações policiais ocorridas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.
A reunião contou com a presença do Sr. Jan Jarab, representante regional do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU para América do Sul, além dos comissionados da CIDH.
“Nós almejamos muito essa audiência com a CIDH, porque vimos um governo como o do estado de São Paulo fazendo um verdadeiro laboratório na Baixada Santista, com muitas mortes. E, quando denunciamos, esse mesmo governo ainda é capaz de criminalizar famílias inteiras, além das próprias vítimas. Nós não podemos aceitar isso calados”, afirma Débora Maria da Silva, do movimento Mães de Maio.
Entre janeiro de 2023 e maio de 2024, dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Sinesp/MJSP) sobre Mortes Por Intervenção Policial indicam que pelo menos 4.270 pessoas foram mortas, o que representa oito mortes por intervenção policial por dia em um período de 16 meses.