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19/06/2015

Justiça para todos

Em decisão histórica, OAB aprova advocacia gratuita no Brasil

Em decisão histórica, OAB aprova advocacia gratuita no Brasil Em decisão histórica, OAB aprova advocacia gratuita no Brasil

Um importante avanço no sentido de garantir o acesso à Justiça para a população menos favorecida foi alcançado neste domingo (14/6).  Em reunião extraordinária, o Conselho Pleno da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) aprovou a inclusão da advocacia pro bono no novo Código de Ética e Disciplina da entidade.

Na prática, a partir da publicação da nova regra normativa, prevista para agosto, os profissionais do direito poderão atuar de forma gratuita em favor de instituições sociais sem fins lucrativos e de pessoas que não têm dinheiro para pagar uma consultoria jurídica.

“Este é um passo fundamental e histórico no sentido de garantir acesso à justa igualitário e democrático a todos, inclusive, às populações mais carentes. Agora devemos nos empenhar para construir uma legislação específica sobre o tema”, ressaltou Marcos Fuchs, diretor executivo do IPB (Instituto Pro Bono) e diretor adjunto da Conectas.

Apesar de ser praticada há mais de cem anos no Brasil, a ausência de uma regulamentação nacional e a resistência de algumas seccionais da OAB inibia grande parte dos advogados a realizar a atividade devido ao risco de sofrerem um eventual processo disciplinar.

A partir de agora, a atividade estará prevista no artigo 30 do novo código, um capítulo exclusivo para os profissionais que atuam pro bono, junto com defensores públicos e advogados dativos. A nova regra proíbe o uso da prestação de gratuita de serviços jurídicos para fins eleitorais ou políticos ou como publicidade, com o fim de capitar clientes.

A sessão contou com a presença da presidente do Conselho do IPB, Flavia Regina de Souza, que também é coordenadora do grupo de advocacia comunitária Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados). Flávia também faz parte do Conselho da Conectas.

Panorama internacional

A advocacia pro bono tem se espalhado no cenário internacional atingindo desde países que vão do leste europeu, como Polônia, Rússia, República Tcheca e Hungria, até às nações latino-americanas, como Argentina, Chile e Colômbia.

Referência na prestação gratuita de serviços jurídicos, os Estados Unidos, com o maior número de advogados no mundo (cerca de 1,2 milhão, segundo a American Bar Association), exige que os estudantes de direito exerçam, ao menos, 60 horas de advocacia pro bono durante o período acadêmico.

Apesar de ainda haver determinadas restrições, a prática também começa a ser disseminada na França e Alemanha.

Para Fuchs, esta decisão da OAB coloca o Brasil em sintonia com o avanço internacional em curso em prol da advocacia pro bono.

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