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27/09/2019

Justiça interdita abrigos para crianças e adolescentes em Roraima

Segundo organizações, decisão pode deixar jovens em situação ainda mais vulnerável

Refugiados venezuelanos abrigados provisoriamente em Boa Vista.Marcelo Camargo/Agencia Brasil Refugiados venezuelanos abrigados provisoriamente em Boa Vista.Marcelo Camargo/Agencia Brasil

A Justiça de Roraima interditou dois abrigos destinados a receber crianças e adolescentes que não possuem responsáveis legais e proibiu a entrada de novos menores por conta da superlotação dos estabelecimentos.

A decisão, publicada no dia 13 deste mês, é do juiz titular da Segunda Vara da Infância e da Juventude do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima), Marcelo Lima de Oliveira, e menciona o aumento do número de jovens venezuelanos que cruzam a fronteira diariamente como um dos principais fatores da lotação das unidades. 

Uma ação civil pública protocolada pela Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude do MPRR (Ministério Público de Roraima) havia solicitado que fosse vetada apenas a entrada de adolescentes venezuelanos e que estes fossem encaminhados aos abrigos da Operação Acolhida. O juiz, no entanto, não acatou o pedido e determinou a proibição de ingresso de qualquer adolescente independente de sua nacionalidade. 

Além da interdição dos abrigos, a decisão definiu um prazo de 10 dias para que o Governo do estado elabore um plano de contingência e busque soluções junto a sociedade civil. 

Conectas e mais 26 organizações dedicadas aos direitos humanos e migração enviaram um ofício ao Governo do Estado solicitando uma audiência para tratar da situação de crianças e adolescentes venezuelanas que chegam a Roraima desacompanhados de seus responsáveis. 

No documento, as instituições destacam que uma das consequências imediatas dessa medida será o agravamento da já vulnerável condição de jovens migrantes. Segundo elas, encaminhá-los para os acampamentos da Operação Acolhida é problemático porque além de não possuir expertise para lidar com esse tipo de público, a operação conta com instalações temporárias e também enfrenta superlotação. 

As organizações pedem que a reunião aconteça entre os dias 23 e 27 deste mês, em atenção ao prazo de 10 dias determinado pelo juiz. 

 

>>> Leia aqui o documento na íntegra

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