Estudo inédito produzido pela Conectas Direitos Humanos revela padrão punitivista na aplicação de pena para pequenos traficantes nos tribunais de São Paulo. De acordo com o relatório, os magistrados têm negligenciado decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) ao aplicarem penas duras a réus que tiveram participações pouco significativas no tráfico de drogas.
Em 2016, o STF determinou que é possível aplicar medidas alternativas à prisão para pessoas condenadas pelo crime previsto no artigo 33 da Lei de Drogas desde que o acusado preencha determinados requisitos legais, sendo eles: ser réu primário, ter bons antecedentes e não possuir vínculos com grupos criminosos.
Na ocasião, a Suprema Corte decidiu que o chamado “tráfico privilegiado” não é crime hediondo, o que significa que pessoas que pratiquem crimes ligados ao tráfico de drogas e se enquadrem nos requisitos listados acima, além de terem o direito de receber outras penas que não a prisão em regime fechado, também podem solicitar progressão de regime e pedir indulto (perdão de pena).
O estudo visa compreender se o sistema de justiça leva em consideração todos os efeitos legais dessa modalidade particular de envolvimento eventual com o comércio de drogas.
Na próxima segunda-feira (18), o Centro de Convivência É de Lei sediará o evento de lançamento do relatório “Prisão a Qualquer Custo” e será palco de discussão sobre o tema.
Estão confirmadas as presenças de Henrique Apolinário; assessor jurídico do programa de Violencia Institucional da Conectas, Maria Clara D’Ávila, membro da INNPD (Iniciativa Negra por Uma Nova Política sobre Drogas); Maíra Machado, professora da FGV Direitos SP e Gustavo Roberto Costa, membro e fundador do Transforma MP (Coletivo Ministério Público Transformador).
Serviço:
Evento: Lançamento do relatório “Prisão a qualquer custo”
Local: Centro de Convivência É de Lei (R. do Carmo, 56 – 2º andar – Salas 201 e 202 – Sé, São Paulo – SP, 01019-020)
Quando: 18/11 (segunda-feira)
Horário: 10h
Grátis