A participação de Jair Bolsonaro em um dos atos contra o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) neste domingo, 15, elevam o sinal de preocupação de toda a sociedade em relação aos ímpetos antidemocráticos do presidente.
De forma leviana e incompatível com o decoro do cargo, o presidente convocou e estimulou os atos, aprofundando tensões com outros poderes do Estado, em um gesto que agrava a crise política, econômica e social.
Não bastasse a gravidade do confronto político a que está se propondo, o presidente ignora alertas mundiais, de sua própria equipe do Ministério da Saúde e dos governos Estaduais em relação ao coronavírus ao fazer corpo a corpo com os manifestantes.
Na contramão das medidas que líderes mundiais estão tomando para evitar as piores consequências do vírus e reduzir a velocidade de contágio, o presidente brasileiro confunde a população negando informações científicas. Assim, ele demonstra nenhum conhecimento e liderança necessários para lidar com uma das maiores emergências sanitárias das últimas décadas.
Tal atitude pode cobrar um preço altíssimo da população brasileira, sobretudo, como já é frequente, das populações socialmente mais vulneráveis que dependem exclusivamente dos serviços públicos de saúde, que já sofrem as consequências da redução dos investimentos no SUS.
Neste cenário de aguda crise econômica e social que se desenha no horizonte, Bolsonaro deixa o Brasil à deriva. É urgente que as instituições democráticas respondam energicamente, cobrando a responsabilidade necessária de quem foi eleito jurando defender a Constituição e a democracia.