Diante da iminente execução do brasileiro Rodrigo Gulart, 42, juntamente com outros dez condenados de diversas nacionalidades na Indonésia, Conectas e Anistia Internacional pediram clemência ao governo indonésio e a abolição da pena de morte do País.
Em carta encaminhada nesta segunda-feira, 27/4, ao presidente Joko Widodo e ao atual responsável pela embaixada indonésia no Brasil, Mochammad Rizki Safary, as organizações solicitam que a execução não seja aplicada em nenhuma circunstância, independente da natureza do crime cometido e da nacionalidade do condenado.
“Em nome de todos aqueles que acreditam na luta pelo direito à vida, nós respeitosamente pedimos a suspensão da execução iminente, e a concessão de clemência ao Sr. Goulart e outros prisioneiros que estão no corredor da morte de frente para o mesmo destino”, ressalta trecho da carta. “Nós ainda exortamos o estabelecimento de uma moratória sobre todas as execuções com vista a abolir a pena de morte”, concluem as entidades.
Além de repudiarem a prática, as organizações questionaram a eficácia da execução para erradicar crimes de drogas, afirmando que o modelo atual está baseado em práticas ineficientes e altamente repressivas.
Segundo as entidades, além de não ter conseguido impedir o tráfico de entorpecentes, a pena de morte vem contribuindo para o aumento da violência e da marginalização social das comunidades pobres e com a corrupção entre agentes públicos.
Esta não é a primeira vez que organizações internacionais de direitos humanos se mobilizam para pedir o fim das execuções na Indonésia. Em janeiro, após o fuzilamento de outras seis pessoas, entre elas o brasileiro Marcos Archer Cardoso, dez organizações criticaram as autoridades indonésias pela prática e exigiram a proteção do direito à vida segundo os princípios e normas nacionais e internacionais de direitos humanos.
Leia aqui a carta encaminhada ao governo indonésio.