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22/03/2013

Hora de os Brics fazerem a diferença

Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul têm poucos dias para mostrar que são capazes de dar contribuição efetiva para um mundo melhor. Crise síria, criação de banco e comércio de armas encabeçam a lista de temas difíceis



Uma delegação da Conectas está agora em Durban, na África do Sul, com a missão de integrar os esforços de diferentes grupos da sociedade civil que tentam influenciar a forma como os governos de Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul pretendem encarar alguns dos temas mais importantes da agenda mundial.

Estes cinco países formam o Brics e reúnem fortes representantes das chamadas potências emergentes, que têm questionado o status quo da ordem global e que poderiam desequilibrar a balança em favor de mais respeito aos direitos humanos e de uma governança global mais plural.

A V Cúpula do BRICS – que vai de 26 a 27 de março – tem uma agenda difícil e não será fácil conseguir os avanços necessários. A posição dos governos destes cinco países em relação a cada um destes pontos – alguns dos quais, como a Síria, dividem o mundo – dependerá não apenas de acertos entre os chefes de Estado, mas também do papel que a sociedade civil despenhe ao longo do encontro.


Últimas notícas sobre Brics e Conectas:

Washington Post ::
Acitivists urge Brics to press Syria to allow access for UN humanitarian aid
Disponível apenas em inglês, matéria de um dos principais jornais americanos cita a Conectas dizendo que a sorte dos civis na Síria também é responsabilidade dos líderes dos Brics.

Fox News ::
Acitivists urge BRICS leaders to press Syria to allow access for UN humanitarian aid
Disponível apenas em inglês, matéria no Canal de TV americano cita a coordenadora de Política Externa da Conectas responsabilizando os Brics pelo impase na entrada de ajuda humanitária em território sírio.

Folha 1 ::
Brics e a Síria – armadilha à vista
De Durban, coluna da repórter especial da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, analisando as diferenças de discurso a respeito da crise síria entre os parceiros dos Brics.

Folha 2 ::
Brasil e China fecharão acordo para a troca de moedas
“Queremos saber qual vai ser o relacionamento do banco com governos autoritários, eles terão tratamento igual ao dos governos democráticos?”, diz Conectas em matéria da Folha.


“Temos mais de 70 mil mortos na Síria e uma comunidade internacional paralisada. Não há solução no horizonte, em parte, por causa da posição intransigente de alguns dos países que estão nos Brics. É fundamental que desta reunião saia uma condenação veemente à violência na Síria, além de uma cobrança firme de que haja acesso irrestrito das equipes de ajuda humanitária a todo território sírio”, disse Camila Asano, coordenadora de Política Externa da Conectas, pouco antes do embarque para Durban.

Financiamentos

Outra questão de destaque é a possível criação de um “Banco dos Brics”, cuja função seria semelhante ao que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) faz hoje no Brasil. Existe o temor de que uma estrutura como esta sirva para financiar grandes empreiteiras e outras empresas privadas gigantescas que, em sua ação, possam violar os direitos humanos em locais como a África.

“Não financiem projetos que violem os direitos humanos. Esse é o recado simples e direito que queremos dar. O Banco dos Brics tem de aderir aos mais altos padrões de transparência, acesso a informação e prestação de contas, incluindo mecanismos de reclamação para indivíduos ou comunidades afetadas pelas obras financiadas”, completou Camila.

Leia a carta aberta assinada pela Conectas e mais de 20 outras personalidades e organizações do mundo, pedindo apoio dos presidentes dos Brics à entrada de ajuda humanitária na Síria.


Leia mais: 

Conectas na mídia :: Folha de S. Paulo
Brics e a Síria – armadilha à vista

Para Conectas, Brasil deve sair de cima do muro na crise síria
Cúpula dos Brics é oportunidade para governo Dilma sair da injustificável paralisia diante das mais de 70 mil mortes

Visita oficial de Dilma Rousseff à Rússia deve incluir preocupações em direitos humanos
Para Conectas, violações no Brasil e na Rússia, além do impasse diante da crise síria, devem fazer parte da viagem

Conectas na mídia :: Folha de S.Paulo
‘Brasil deve falar com Rússia sobre crise síria’, diz ex-chanceler

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