Um dia após minimizar a crise ambiental na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, o governo Bolsonaro foi mais uma vez denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Dessa vez, as acusações se referem a ataques proferidos pelo general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), à organização indígena APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). A denúncia foi feita pela própria organização, em parceria com a Conectas Direitos Humanos.
“Discursos agressivos de autoridades brasileiras incentivam a violência contra povos indígenas e defensores do meio ambiente, lembrando que são justamente os povos originários que mais protegem o meio ambiente em nosso país. O Brasil é um dos países mais perigosos do mundo para os defensores indígenas dos direitos humanos”, alertam as organizações.
Na última sexta-feira (18), Heleno declarou, em suas redes sociais, que a associação se junta a outros coletivos para manchar a imagem do governo no exterior, acusando o grupo de crime de lesa-pátria. O ministro reiterou o ataque em entrevista à Rádio Bandeirantes na terça-feira (22).
Outras entidades brasileiras também denunciaram os ataques do Executivo a lideranças indígenas, durante o evento. O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), por meio de sua representante, a advogada indígena Cristiane Soares, destacou que diversos povos estão sofrendo intimidações, como líderes das etnias Uru-Eu-Wau-Wau e Guajajara, que foram assassinados ao tentar proteger suas terras.