Organizações da sociedade civil enviaram, nesta terça-feira (28), uma carta aos ministros Carlos França, do Ministério das Relações Exteriores, e Anderson Torres, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pedindo que o governo brasileiro se manifeste de forma contrária à “política migratória discriminatória e xenofóbica implementada pelos Estados Unidos contra os haitianos”.
As signatárias da carta são ASBRAD (Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude), Conectas e Missão Paz.
O documento manifesta preocupações em relação às graves violações aos direitos de migrantes haitianos que buscam acolhimento nos Estados Unidos. Com informações de associações ligadas à causa migratória, a carta diz que os migrantes haitianos “estão sendo duramente reprimidos pelo governo norte-americano e deportados coletivamente e sumariamente ao Haiti”.
Em outro ponto, as entidades pedem respostas do governo federal sobre a situação de crianças brasileiras deportadas ao Haiti. Como afirmou a Organização Internacional para as Migrações, cerca de 30 crianças brasileiras, em sua maioria de até três anos de idade, foram deportadas com seus pais haitianos.
As organizações também solicitam informações sobre a reunião realizada entre o chanceler brasileiro, Carlos França, e o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na semana passada. De acordo com a imprensa, os participantes do encontro trataram da possibilidade do governo brasileiro receber voos fretados de migrantes haitianos, que serão deportados pelo governo Biden, com passagem pelo Brasil ou com autorização de residência no país.
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