Trinta organizações da sociedade civil e movimentos sociais e coletivos das favelas do Rio de Janeiro divulgaram uma nota conjunta em que classificam a operação policial realizada ontem (6) na favela do Jacarezinho, zona norte da capital fluminense, como racismo e criminalização da pobreza e cobram que o Ministério Público investigue de forma célere todo terror cometido pela polícia, no interior da favela.
De acordo com a nota, a ação da Polícia Civil, que matou ao menos 25 pessoas, foi um “verdadeiro massacre” e utilizou equipamentos de guerra como caveirões, fuzis, helicópteros, levando terror e morte às vielas do Jacarezinho.
“A autorização de uma operação policial como a ocorrida pelo governo do Estado do Rio de Janeiro hoje no Jacarezinho é vivenciada como se houvesse a decretação de um estado de exceção nas favelas. Como se para esses territórios e seus moradores, os direitos estivessem suspensos permanentemente, disseram as entidades na nota.
“É inaceitável e estarrecedor, que num contexto de crise sanitária, social e econômica, em que a priorização das autoridades públicas deveria ser uma agenda de preservação da vida, o governo do Estado autorize a entrada das suas forças de segurança nas favelas para alimentar mecanismos de produção da morte. Numa democracia esses mecanismos não deveriam ser alimentados em nenhuma hipótese denunciam o estado de exceção que a política de segurança pública do estado submete os territórios favelados e negros”, complementam.