Apresentar a realidade e debater soluções para o sistema prisional brasileiro são os objetivos da campanha “Encarceramento em massa não é Justiça”, da Rede Justiça Criminal, que será lançada na próxima terça-feira (13) em São Paulo em parceria com a PUC-SP.
O processo de elaboração da campanha contou com a participação de pessoas que passaram, espontaneamente, por uma experiência de realidade virtual na qual se reproduzia o ambiente de uma cela superlotada. O vídeo era narrado por Emerson Ferreira, egresso do sistema carcerário, que conversava pessoalmente com os participantes depois da exibição.
Ferreira, hoje graduado em Psicologia, é um dos debatedores confirmados no evento. Ele estará acompanhado de Dexter, rapper e egresso do sistema carcerário; Dina Alves, cientista social e ativista do movimento negro; Sidney Sales, sobrevivente do massacre do Carandiru; e do Padre Valdir Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária.
Juntos, eles vão apresentar histórias de vida e de luta dentro do sistema penitenciário brasileiro, o quarto maior do mundo com 620 mil presos. De acordo com dados do Ministério da Justiça de dezembro de 2014, a maior parte dessa população é negra, jovem e cometeu crimes sem violência, como tráfico ou furto.
“A realidade das prisões brasileiras é medieval e sub-humana. Portanto a importância desta campanha é sensibilizar as pessoas, que muitas vezes se mantêm alheias à discussão do sistema prisional, hoje uma das maiores fontes de violações de direitos humanos”, destaca Janaína Homerin, secretária-executiva da Rede Justiça Criminal.
A Rede vai repetir a experiência de realidade virtual nos dias 12 e 13/6 no campus Monte Alegre da PUC-SP, além de lançar o vídeo “Realidade Visceral”, produzido a partir da reação de cerca de trezentas pessoas durante experiência. Um site abrigará todo o conteúdo, além de uma petição eletrônica por meio da qual o público poderá manifestar o seu apoio à campanha.
Assista o teaser de “Realidade Visceral”:
Sobre a Rede Justiça Criminal
A Rede Justiça Criminal é formada por oito organizações não-governamentais engajadas na crítica ao encarceramento como resposta do Estado às situações de conflito com a lei. Fazem parte da Rede: Centro de Estudos em Segurança e Cidadania (CESeC); Conectas Direitos Humanos; Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP); Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC); Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD); Instituto Sou da Paz; Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH); e Justiça Global.
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