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Em carta, ex-ministros da Justiça pedem que STF garanta ação policial “pautada pelo respeito à vida e às ordens judiciais”

Ministros que atuaram nos governos FHC, Lula e Dilma se manifestam no momento em que Supremo pode obrigar RJ a criar plano para reduzir letalidade

Manifestantes pintam de vermelho quatro cadeiras simulando sangue. Atrás, uma faixa diz Manifestantes pintam de vermelho quatro cadeiras simulando sangue. Atrás, uma faixa diz "Não foi operação foi chacina".

Seis ex-ministros da Justiça assinam carta aberta pedindo aos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheçam a necessidade de estabelecer normas para reduzir a letalidade policial nas favelas do Rio de Janeiro. Na segunda-feira (24), o ministro Alexandre de Moraes pediu vista do julgamento que analisa recurso apresentado pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), ONGs e movimentos sociais participantes da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas. A carta também critica operação da Polícia Civil que deixou 27 mortos em Jacarezinho (RJ).

“Como ex-ministros e cidadãos, estamos convencidos da necessidade de atuação do Supremo Tribunal Federal para garantir a força normativa da Constituição e limitar a ação estatal em segurança pública que não esteja pautada pelo respeito à vida e às ordens judiciais”, diz o texto da carta. O documento é assinado por José Carlos Dias, Miguel Reale Júnior e José Gregori (governo FHC); Tarso Genro (Lula); José Eduardo Cardozo e Eugênio Aragão (Dilma).

Os signatários afirmam ter acompanhado “com consternação” o caso na favela do Jacarezinho e consideram equivocada a afirmação de que a operação tenha sido planejada, sobretudo diante de medidas cautelares do STF, de 2020, que restringem operações policiais durante a pandemia de covid-19.

Citando o vice-presidente da República Hamilton Mourão, a carta classifica ainda como “inaceitável que autoridades, sem conclusão de investigações e, mesmo após diversas denúncias de abusos e de execuções extrajudiciais, justifiquem as mortes sob o argumento de que ‘todos eram bandidos’.”

ADPF das Favelas

Com início na sexta-feira (21), o plenário virtual do STF julga um recurso referente às decisões cautelares aprovadas pelo Supremo em agosto de 2020 que restringem operações policiais no Rio de Janeiro durante a pandemia de covid-19.  O recurso foi apresentado pelo PSB e por ONGs e movimentos sociais participantes da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, mais conhecida como ADPF das Favelas.

Primeiro a votar, ainda na sexta-feira, o ministro Edson Fachin, relator do caso, reconheceu todos os pedidos das organizações. No seu voto, Fachin determina que o Rio de Janeiro apresente um plano de redução da letalidade policial em até 90 dias. O julgamento foi suspenso nesta segunda-feira (24) após pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.


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