O ativista e jornalista egípcio Hossam Bahgat, fundador da organização Egyptian Initiative for Personal Rights, foi libertado ontem (10/11) depois de uma detenção ilegal no domingo passado. Em texto publicado no site Mada Mars, onde trabalha, Hossam conta que foi impedido de avisar a família sobre seu paradeiro e de convocar um advogado durante interrogatório na Justiça Militar. Depois, foi revistado e transportado com os olhos vendados para local desconhecido, sem qualquer explicação sobre o andamento do processo.
Apesar da libertação, ainda é incerto o status das acusações feitas contra Hossam por conta da publicação de artigo crítico ao governo. A Justiça Militar egípcia alega que as informações divulgadas por Hossam “afetam os interesses nacionais” e o acusa de “disseminar informações que afetam o interesse público”.
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“Eu desejo liberdade para as milhares de pessoas injustamente detidas nas prisões egípcias”, afirmou o jornalista. “Reafirmo meu repúdio à criminalização do trabalho jornalístico, ao uso do Código Penal para encarcerar jornalistas e ao julgamento de civis em cortes militares.”
A liberdade de Hossan foi saudada pela ONU. Em comunicado público, David Kaye, relator especial para liberdade de expressão, e Michel Forst, relator especial para a situação de defensores de direitos humanos, reforçaram sua preocupação com a contínua perseguição e intimidação de jornalistas e ativistas.
“Estamos profundamente preocupados de que o medo de criminalização e de detenção, mesmo que sem acusação formal, crie um ambiente que desencoraje a reportagem e que intimide escritores e ativistas de todos os tipos”, afirmou Frost.
O pronunciamento foi endossado pelo relator do Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária, Seon-Phil Hong, o relator especial para liberdade de reunião e associação pacífica, Maina Kiai, o relator especial para a tortura, Juan Méndez, e a relatora especial para a independência de juízes e advogados, Mónica Pinto.
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