A comitiva de 19 organizações da sociedade civil brasileira que está em Washington para informar sobre os ataques ao sistema eleitoral e à democracia do Brasil foi recebida nesta quarta-feira (27) pelos deputados Hank Johnson (Gerorgia), Sheila Cherfilus_McCormick (Flórida) e por assessores do senador Ben Cardin (Maryland), no Capitólio.
O grupo relatou os ataques à democracia em curso no Brasil e pediu que os parlamentares atuem para que os EUA reconheçam imediatamente o resultado da eleição presidencial de outubro, tão logo a Justiça Eleitoral divulgue a contagem dos votos, seja quem for o vencedor do pleito. A intenção é evitar que se concretizem as ameaças que têm sido feitas pelo presidente Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral e contra a democracia brasileira.
A viagem teve início nesta segunda-feira (25), com reuniões com organizações da sociedade civil americana. Na terça-feira (26), o grupo foi recebido no Departamento de Estado americano e na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, além de ter se reunido com o senador Bernie Sanders (Vermont), que expressou preocupação com os ataques à democracia no Brasil e com as similaridades com os EUA, onde o ex-presidente Donald Trump tentou impedir a contagem de votos na eleição presidencial de novembro de 2020, na qual foi derrotado por Joe Biden.
Entres os membros da comitiva brasileira, há representantes de comunidades quilombolas e do movimento negro, além de ambientalistas, defensores de direitos humanos e da causa LGBTIA+. O grupo relatou o aumento da perseguição dirigida a esses setores e o crescimento da violência política no Brasil, manifestando o temor de que a situação piore, caso a eleição de outubro não seja realizada de forma livre e desimpedida.
“Estamos nos reunindo com senadores, deputados e membros do Departamento de Estado em Washington. Nosso objetivo é fortalecer o sistema democrático brasileiro, buscando reconhecimento sobre a eficiência e a confiança do nosso processo eleitoral”, disse Marcelle Decothé, do Instituto Marielle Franco, que faz parte da comitiva.
“O fortalecimento da democracia brasileira passa também pelo combate ao racismo, pela luta por justiça climática e ambiental e pelo combate às desigualdades presentes no nosso país. A agenda de incidência em Washington neste semana é importante para reforçar nossas mensagens sobre a defesa do sistema eleitoral brasileiro a partir de organizações que estão liderando a agenda no Brasil”, disse Maria Sylvia, do Geledés – Instituto da Mulher Negra.
Nesta quinta-feira (28), a comitiva tem encontros com a AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho – Congresso de Organizações Industriais) e com um grupo de diplomatas baseados em Washington. Na sexta-feira (29), os encontros são com o deputado Jamie Raskin, membro da comissão parlamentar que investiga a invasão ao Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, e com membros da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) da OEA (Organização dos Estados Americanos).
O WBO (Washington Brazil Office), que organiza a visita, é um think tank independente e apartidário que se dedica de maneira especializada a promover cooperação e conhecimento sobre a realidade brasileira e a oferecer apoio ao trabalho internacional da sociedade civil, movimentos sociais e demais setores do Brasil em Washington, em defesa da democracia, dos direitos humanos, do meio ambiente e das liberdades.
Organizações que compõem a comitiva: