Na terça-feira (26/5), os participantes do XIV Colóquio Internacional de Direitos Humanos participaram da Feira de Ideias. Durante a atividade, expuseram materiais de suas organizações e explicaram, de maneira mais aprofundada, o trabalho que realizam em seus países. Houve também uma intervenção simbólica em homenagem aos 43 estudantes da escola Raúl Isidro Burgos de Ayotzinapa, desaparecidos há exatos oito meses.
A tunisiana Maha Jouini, da Tunisian Association for Amazigh Culture, trouxe roupas, acessórios, bandeira e joias como forma de mostrar a luta que a organização promove na preservação das memórias e da cultura amazigh, perdida devido às inúmeras ocupações sofridas pelo país. Ressalta que a Tunísia é, historicamente, uma “sociedade matriarcal”, mas que hoje as mulheres sofrem com a opressão.
A jornalista chinesa Yuan Feng, da organização Equality, expôs cartões postais com imagens da luta feminista promovida por ela e outras ativistas na China, especialmente no curso de verão na Escola de Feminismo. Além disso, apresentou camisetas pintadas pelas próprias ativistas para servir como uniforme e forma de identificação. No ano passado, o curso contou com mais de 50 ativistas.
Karim Ennarah, da Egypt Iniciative for Personal Rights, trouxe o relatório “Take back the streets”, publicado pela INCLO (International Network of Civil Liberties Organizations) um amplo estudo sobre a repressão e criminalização dos protestos em nove países – entre eles, o Brasil. O levantamento mostra as tendências de repressão no mundo todo, além de fazer recomendações sobre a importância dos protestos e movimentos sociais para a democracia.
A organização Witness mostrou materiais que explicam como filmar violações de direitos com segurança. O material está disponível em português, inglês, espanhol, francês, russo, e outras línguas no site library.witness.org.
Ben Richard Laether, da International Service for Human Rights, exibiu a nova publicação da entidade para a sociedade civil. O documento trata do funcionamento do comitê da ONU para ONGs, que decide sobre concessão do status de observador a uma entidade.
A feira também contou com a presença do GAPP (Grupo de Apoio ao Protesto Popular), uma organização brasileira que presta primeiros-socorros em manifestações, além de filmar e fotografar detenções pela polícia.
Ainda no sentido de compartilhar experiências de suas organizações, os participantes dialogaram sobre assuntos estratégicos de cunho institucional. Questões relacionadas à dificuldade para captar recursos financeiros predominaram na roda de conversa.
Esse texto foi produzido por Stefanie Prandi e faz parte da cobertura colaborativa do XIV Colóquio.