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10/04/2015

Contra-ataque

ONGs pedem derrubada de veto a PL que acaba com revistas vexatórias no RJ

Civil society calls for approval of the bill against abusive searches during vote in the state legislature Civil society calls for approval of the bill against abusive searches during vote in the state legislature

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, teve nas mãos a oportunidade de se juntar ao crescente grupo de estados que acabaram com a revista vexatória de familiares de presos em dias de visita. Agarrando-se a justificativas vazias, no entanto, preferiu perpetuar uma grave violação que acomete o sistema prisional brasileiro: no dia 6/4, Pezão vetou o projeto de lei 77/2015, de autoria dos deputados Jorge Picciani (PMDB), Marcelo Freixo (PSOL) e André Ceciliano (PT), que proibia a adoção, por todos os presídios fluminenses, de procedimentos invasivos como o desnudamento, o agachamento sobre espelho e a inspeção anal e vaginal.
A decisão do governador não passou incólume. A Rede Justiça Criminal, da qual Conectas faz parte, desmontou as justificativas apresentadas por ele e instou a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), que havia aprovado o texto com apenas dois votos contrários, a derrubar o veto. É necessário o apoio de 36 dos 70 deputados para alterar esse cenário. A votação deve acontecer nas próximas semanas.
Segundo Pezão, o PL apresentava ‘vício de iniciativa’, termo usado para qualificar propostas feitas por entes que não têm competência para propor tais legislações. Ele afirma que as iniciativas sobre estruturação e atribuição das secretarias vinculadas ao Poder Executivo são de iniciativa exclusiva do governador.
Ignorando portaria de 2009 da própria SEAP (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária), que pedia o fim da prática, o governador também afirmou que a extinção da revista vexatória era ‘inviável’.
Para as entidades, não há vício de iniciativa porque essa é uma “questão de direitos humanos e do respeito a pactos e compromissos internacionais firmados pelo País”. “Abolir a revista vexatória implica em simplesmente obedecer aos comandos constitucionais que garantem o direito à privacidade, à intimidade e da vedação ao tratamento desumano e degradante”, diz nota pública divulgada pela Rede.
O documento também afirma que alegar inviabilidade da medida quando outros estados já aprovaram leis similares “é, no mínimo, negar a realidade”. As entidades depositam nos deputados a responsabilidade de reafirmar o entendimento anterior. “Esperamos que os deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro derrubem o veto imposto pelo governador e assim milhares de pessoas sejam eximidas de se submeter a práticas humilhantes e degradantes sempre que quiserem visitar seus entes queridos que estão presos.”
Leia aqui a íntegra da nota.

 

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